Ticker

6/recent/ticker-posts

Advertisement

Responsive Advertisement

Câmara aprova projeto que regula Uber, mas emenda inviabiliza serviço

Resultado de imagem para uber


Logo após aprovar o texto que autoriza o 
funcionamento de aplicativos de transporte,
 como o Uber, deputados aprovaram na 
noite desta terça-feira (4) uma emenda 
que pode impedir o funcionamento desses
 mesmos aplicativos.
O texto princpal do projeto, aprovado antes
 da emenda, estabelece que cabe às 
prefeituras regulamentar serviços como 
o do Uber. Mas a emenda, aprovada 
por 226 votos a 182, retira do projeto o 
trecho que estabelece que transporte 
individual de passageiros é uma atividade
 de natureza privada.
“Como a emenda tira a parte que diz que
 é uma atividade privada, transforma em
 pública. Atividade pública precisa de 
concessão. Se os municípios não têm 
legislação montada, você inviabiliza”, 
disse o relator da matéria, deputado 
Daniel Coelho (PSDB-PE).
A votação foi concluída às 21h20. O texto
 aprovado pela Câmara seguirá agora para
 apreciação do Senado.
Após a conclusão da votação, a Uber 
divulgou nota na qual classificou o texto
 aprovado de "lei retrógrada" e que o texto 
transformará o sistema em táxi.
"É importante frisar que o PL 5587/16 propõe
 uma lei retrógrada que não regula a Uber 
no Brasil, mas tenta transformá-la em táxi, 
proibindo então este modelo de mobilidade.
 O PL segue agora para o Senado Federal, 
onde o debate sobre a tecnologia deve 
continuar, garantindo que seja ouvida a 
voz de milhões de pessoas no Brasil que 
desejam ter seu direito de escolha 
assegurado", diz a nota.
Para o deputado Carlos Zarattini, autor
da emenda que modificou o projeto, 
"atividade de transporte individual de 
passageiros, para ser controlada pelas 
prefeituras, tem de ter caráter público".
Segundo Daniel Coelho, se a regulamentação
 couber à prefeitura, como estabelece o 
projeto, os carros do Uber teriam de ser 
transformados em táxis, que são concessões
 públicas. Com isso, a frota de táxis aumentaria.
“Você vai inviabilizar o táxi também porque 
você está criando aqui um monstrengo. 
Primeiro, vai inviabilizar o Uber e depois 
vai inviabilizar o táxi porque, no momento 
em que o município fizer a regulamentação,
 fizer uma ampliação de frota e transformar 
o sistema de Uber, Cabify em táxi, o que é 
que você vai ter? O dobro da frota”, afirmou 
Daniel Coelho.
O deputado tucano criticou a emenda aprovada. 
“A ideia deles era inviabilizar. Eles estão 
conseguindo porque agora como é que 
vai acontecer? O município vai ter que dar
 uma outorga? Vai fazer licitação? Vai dar 
para quem? Vai ter que licitar. Não pode 
dar para Uber. Como é que você vai 
fazer isso?”, disse.
A emenda aprovada também diz que 
que o transporte de passageiros se dará
 por meio de veículos de aluguel, o que, 
de acordo com Daniel Coelho, é concessão
 atualmente fornecida pelos municípios 
aos taxistas.
“Veículo de aluguel é a placa vermelha
 que a gente vê nos táxis. Você precisa 
ter uma concessão para ter acesso a ela, 
uma autorização pública. Eu tenho chamado
 isso de ‘taxização’ do sistema. É transformar 
o sistema de aplicativo em táxi. Aí, vão fazer
 pressão para que a quantidade da frota 
seja pequena. Ou seja, para acabar o Uber 
e ficar o táxi."
Segundo o relator, se a lei passar no Senado
 da forma como aprovada pelos deputados,
 legislações locais, como no caso do Distrito
 Federal, que já permitem o funcionamento 
do Uber, terão que ser revistas.
“A lei federal se sobrepõe a leis locais. Aqui 
está dizendo que, se virar lei, o Distrito Federal
 terá que fazer uma nova legislação”, explicou.

Outro destaque aprovado= Outro destaque 

aprovado por 215 votos a favor e 163 contrários

 estabelece que o motorista só será autorizado

 a realizar o serviço se "possuir e portar autorização

 específica emitida pelo poder público municipal ou

 do Distrito Federal do local da prestação do serviço

 autorizado".

A emenda diz ainda que o motorista deverá ter 
o licenciamento do veículo em seu nome como 
proprietário, com registro e emplacamento do
 veículo na categoria aluguel.

Limitação do serviço= O PT tinha uma emenda

 que previa a limitação do número de veículos 

autorizados a prestar o serviço – algo que era 

pleiteado pelos taxistas.

No entanto, a emenda não chegou nem a 
ser votada por uma questão técnica. Segundo
 o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ),
 o Regimento Interno não permite alteração no
 conteúdo da emenda após o encerramento da
 fase de discussão.
O líder do PT, Carlos Zarattini (SP), disse que
 irá recorrer da decisão de Maia à Comissão 
de Constituição e Justiça.

Repercussão= Após a aprovação do texto, 

Zarattini avaliou que, como a redação foi enviada

 ao Senado, não permitirá que os aplicativos

 funcionem da forma atual.

"Do jeito que vêm funcionando esses aplicativos,
 com certeza não vão funcionar mais, porque 
esses aplicativos recrutam milhares motoristas,
 em que todos podem trabalhar ao mesmo 
tempo, rebaixa o rendimento dos motoristas
 e mantém a arrecadação desse aplicativo. 
Então, isso não vai acontecer mais, vai haver
 uma limitação. Os municípios vão estabelecer
 regras e os aplicativos vão funcionar seguindo
 essas regras", afirmou.
Em seguida, o líder do PT defendeu a 
necessidade de aprovar as mudanças no
 texto para deixar claro que a regulamentação
 caberá às prefeituras.
"Essas modificações eram necessárias 
porque o plenário decidiu atribuir às prefeituras
 o poder de regulamentar o funcionamento 
desses aplicativos e alguns trechos do projeto,
 na prática, retiravam essa condição. Então, 
o que nós tratamos de fazer foi adequar o 
texto àquilo que é o ponto principal, que as
 prefeituras vão poder regulamentar esse 
serviço como um serviço público e não 
como serviço privado."
Na avaliação do presidente da Câmara, 
Rodrigo Maia (DEM-RJ), o texto aprovado
 não irá necessariamente inviabilizar o 
serviço. Ele acrescentou, ainda, que será 
preciso ver como funcionará o serviço na prática.
"Os dois destaques dão um passo atrás. (...) 
Não se inviabiliza porque, em nenhum momento, 
se retira que quem regulamenta são os 
municípios e também não tira o artigo na
 lei de mobilidade que garante a existência
 dos aplicativos", disse.
Para Rodrigo Maia, deveria ter sido mantido
 o texto do relator Daniel Coelho sem 
alterações. "A sociedade pressionou para
 que houvesse uma regra para o Uber. A 
gente construiu um texto que era o melhor
 texto, que era o do Daniel Coelho, porque 
ele, sim, permitia na regulamentação 
municipal, se os vereadores ou prefeitos
 quisessem inviabilizar qualquer aplicativo, 
era um direito da lei municipal."



Fonte: G1

Postar um comentário

0 Comentários