O pai do menino Joaquim Ponte Marques, que foi morto há três anos, em Ribeirão Preto (SP), instalou outdoors em três cidades do interior de São Paulo pedindo informações que levem a polícia até o suposto assassino do filho, o técnico em TI Guilherme Longo, foragido há uma semana.
Produtor de eventos na capital paulista, Arthur Paes disse que contou com a ajuda de amigos para pagar e instalar seis outdoors, que contém a foto de Longo e os telefones do “Disque Denúncia”. Três painéis estão em Ribeirão Preto e outros três em São Carlos (SP),Barretos (SP) e Guará (SP).
“Ficar esperando a Justiça não dá. Já soltaram, esperaram ele fugir, não dá para esperar mais. Em Ribeirão, todo mundo conhece ele. Mas, na região, nem tanto. Então, é uma coisa que eu posso fazer. Ficar esperando sentado eu não posso”, afirmou o pai de Joaquim.
Longo foi preso preventivamente em janeiro de 2014, um mês após o crime. Em fevereiro desse ano, obteve a liberdade provisória e passou a morar na casa dos pais, no Jardim Independência, zona norte de Ribeirão, mas desapareceu do local no dia 23 de setembro.
Segundo determinação judicial, o técnico em TI não poderia se afastar do endereço depois das 22h, nem aos finais de semana, sem autorização da Justiça. Os pais dele contaram à polícia que encontraram uma carta, onde Longo afirmava que fugiria.
Dizendo-se inconformado com a situação, o pai de Joaquim contou que já estuda espalhar outdoors por mais cidades de São Paulo, Minas Gerais e até de Goiás, onde a família da ex-mulher Natália Ponte, mão de Joaquim e também indiciada pela morte do filho, possui uma fazenda em Cristalina (GO).
“Essa é uma maneira que eu encontrei de pedir a ajuda da população. A minha ideia é espalhar em toda a região, só preciso de dinheiro para isso. Na verdade, quem está me ajudando são meus amigos. Isso é caro, não tenho dinheiro”, afirmou Paes.
O promotor do caso, Marcus Tulio Nicolino, disse que não há informações sobre o sumiço de Longo. A Justiça revogou a liberdade provisória dele em 28 de setembro, portanto, já é considerado foragido. A Polícia Militar foi informada e busca pelo técnico em TI.
O advogado Antônio Carlos Oliveira, que defende Longo, também disse que não sabe sobre o paradeiro do cliente. Oliveira contou que conversou com os pais de Longo, mas não revelou o assunto. Ele afirmou apenas que aguarda a Justiça decidir se Longo irá, ou não, a júri popular.
O caso= O corpo de Joaquim foi encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP), em novembro de 2013,cinco dias após o menino desaparecer da casa onde morava com a mãe, o padrasto e o irmão, no Jardim Independência, em Ribeirão.
A Polícia Civil concluiu que o padrasto matou o menino, que sofria de diabetes, com uma alta dose de insulina, e jogou o corpo em um córrego próximo à residência da família. Longo foi indiciado por homicídio triplamente qualificado.
Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) emitido na época da morte do garoto apontou ausência de água no organismo, o que descartaria a suspeita de afogamento, mas não identificou outras substâncias.
Em liberdade, a mãe do menino, Natália Ponte, é acusada de ter sido omissa em relação à segurança do filho, por saber que Longo era agressivo e havia voltado a usar drogas na época da morte do garoto.
Preso em Tremembé (SP) desde janeiro de 2014, Longo obteve um habeas corpus da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que considerou excessivo o prazo do processo.
Todas as testemunhas do caso já foram ouvidas pela Justiça, que deve definir agora se o caso vai a júri popular.
Todas as testemunhas do caso já foram ouvidas pela Justiça, que deve definir agora se o caso vai a júri popular.
Fonte: G1
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