Pesquisadores liderados pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis anunciaram avanços na busca de um método para tratar o mal de Parkinson por meio da estimulação elétrica da medula espinhal. Agora, a técnica foi testada em primatas, mais especificamente em saguis-de-tufos-brancos (Callithriz jacchus). Estudos anteriores já tinham mostrado a eficácia do método em roedores e até em humanos. Na pesquisa com os saguis, antes de passarem pelos testes, os animais sofreram lesões que simulam os efeitos do Parkinson. Depois, eles tiveram microeletrodos implantados no cérebro e eletrodos para estimulação implantados na medula espinhal. Ao final dos estímulos elétricos, foi observada uma "clara melhora clínica" nos animais, especialmente na parte motora. De acordo com os especialistas, o resultado é semelhante ao observado com o uso do remédio levodopa (L-Dopa), usado no tratamento inicial da doença de Parkinson. “Esses estudos em primatas vão nos permitir selecionar parâmetros de estimulação que podem gerar os melhores resultados possíveis em pacientes parkinsonianos”, afirmou um dos autores do estudo, Romuno Fuentes, em nota divulgada pelo IINN-ELS. A técnica de estimulação elétrica da medula espinhal é uma alternativa à estimulação cerebral profunda. Na terapia, já aplicada no Brasil em pacientes com Parkinson, uma região específica do cérebro passa a receber estímulos elétricos a partir de um “marca-passo” cerebral. Esse estímulo diminui alguns dos sintomas da doença, levando o paciente a ter maior controle sobre seus movimentos, por exemplo. A pesquisa foi publicada na revista científica "Neuron"
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