Um dos quatro réus no processo sobre a morte do menino Bernardo Boldrini, Evandro Wirganovicz teve, nesta terça-feira (27), um pedido de revogação de prisão negado pela Justiça, em Três Passos, Norte do Rio Grande do Sul. Ele é acusado de participar da ocultação do corpo do garoto e está preso na penitenciária do município.
Irmão de Edelvania Wirganovicz, presa há mais de um mês e também ré pela morte, Evandro não foi indiciado pela Polícia Civil, mas acabou sendo denunciado Ministério Público Estadual (MP), que o colocou no banco dos réus. No dia 12 deste mês, ele foi submetido a um depoimento, mas ficou calado durante todo o interrogatório. Já na última quarta (21), respondeu a questões formuladas pela polícia ao ser ouvido com um detector de mentiras.
Ao saber da prisão do irmão no início de maio, Edelvania, da cadeia, escreveu uma carta inocentando Evandro. Ela afirmou que o irmão participou da ocultação do cadáver, mas garantiu que ele não teve nenhum envolvimento no assassinato.
O corpo de Bernardo, que tinha 11 anos, foi encontrado enterrado em 14 de abril em uma cova em um matagal no município de Frederico Westphalen, na Região Norte do Rio Grande do Sul, a cerca de 80 km de Três Passos, no Noroeste, onde o garoto morava. O médico Leandro Boldrini, pai da criança, a madrasta Graciele Ugulini e Edelvania são acusados de homicídio.
Madrasta é alvo de processo de conselho de enfermagem
O Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS) anunciou nesta terça a abertura de um processo ético disciplinar contra Graciele Ugulini. Segundo a entidade, ela segue possuindo um registro profissional, já que penalidades, como a cassação do direito ao exercício profissional, dependem do procedimento.
"O Coren-RS está tomando as medidas legais possíveis para a averiguação da conduta da profissional de enfermagem envolvida na morte de Bernardo Boldrini. Uma de nossas principais missões, enquanto órgão que disciplina e fiscaliza o exercício profissional da Enfermagem, é zelar pela conduta ética da categoria", disse uma nota pública divulgada pela entidade.
Indiciamentos= O pai, a madrasta e a assistente social foram indiciados pelos crimes de homicídio qualificado, com os qualificadores "mediante paga ou promessa de recompensa, motivo fútil, meio insidioso, dissimulação e recurso que impossibilitou a defesa da vítima", conforme a polícia, e ocultação de cadáver.
Leandro Boldrini: atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ele também auxiliou na compra do remédio Midazolan em comprimidos, fornecendo a receita azul. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune.
Graciele Ugulini: mentora e executora do delito de homicídio, bem como da ocultação do cadáver.
Edelvânia Wirganovicz: executora do delito de homicídio e da ocultação do cadáver.
Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
"O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira, 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. De acordo com a delegada responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal.
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