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Especialista diz herpes ocular exige tratamento imediato, mas descarta ligação com DSTs

O herpes ocular é uma infecção provocada pelo vírus do herpes simples (HSV) – mesmo causador do herpes labial – e não está associado a doenças sexualmente transmissíveis, as DST. Segundo o oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo, se a forma simples é de fácil diagnóstico, a modalidade ocular pode ter mais dificuldade de ser detectada, o que aumenta os riscos, como até a perda da visão. Exames podem distinguir entre o herpes ocular, o herpes zoster (caudado pelo vírus da varicela), infecções, intoxicação ocular provocada por medicamentos etc. “O herpes ocular pode acometer qualquer camada dos olhos, mas as manifestações mais comuns incluem blefarite (inflamação das pálpebras), conjuntivite folicular e ceratite (inflamação da córnea). Vale ressaltar que nada tem a ver com o herpes genital, que é uma doença sexualmente transmissível”, explica Renato Neves. Segundo o médico, o primeiro contato com o vírus do herpes simples geralmente ocorre na infância. “Em determinados casos, a criança é tratada de uma infecção moderada. O vírus invade os olhos e chega ao gânglio trigeminal, onde encontra ambiente propício para se instalar e se tornar latente. Quando, em determinadas fases da vida, a pessoa passa por episódios de estresse intenso, traumas ou ainda doenças que baixam sua imunidade, esse vírus faz o caminho de volta para a córnea e se manifesta com o herpes ocular. O tratamento imediato com medicamentos antivirais específicos ou antibióticos interrompe a multiplicação dos vírus em questão e impede que a doença continue destruindo as células epiteliais”, relata. O especialista ainda informa que, além do estresse e da baixa imunidade, problemas de saúde bucal, queimaduras de sol, traumas e períodos pós-cirúrgicos também podem agir como gatilhos para novos episódios de herpes ocular. “Mais da metade da população mundial já entrou em contato com esse vírus. O mais importante é que a doença seja devidamente diagnosticada e tratada, a fim de não se agravar – já que em casos severos o tratamento indicado é o transplante de córnea”, finalizou.

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