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Saulo Fernandes apresenta espetáculo em gravação de DVD e deve despontar no cenário nacional


Carregando no espetáculo o DNA de seus 16 anos de carreira; uma parte na Chica Fé, outra no Eva e agora em carreira solo, o cantor Saulo Fernandes gravou neste final de semana (6 e 7) o primeiro DVD dessa nova fase profissional. Com a Concha Acústica do Teatro Castro Alves lotada (os ingressos para os dois dais esgotaram), o ex-vocalista da Banda Eva era só alegria. Com a convicção ter cumprido seu papel à frente do antigo grupo, Saulo, que já vinha apostando com seus músicos em trabalhos autorais, selecionou – e muito bem – o repertório e os artistas convidados para o registro.

Participações
Ivete Sangalo fez dueto com Saulo na canção “União”, cuja letra relata os laços de amizade e amor entre os artistas. Também participaram da gravação Davi Moraes, na guitarra e vocais, e Cezinha, na bateria, na música “Niuma”. Cezinha, baterista de Maria Gadú, e Davi, músicos elogiados, promoveram um grande espetáculo com o anfitrião. Já Alexandre Carlo, do Natiruts, compôs e gravou com Saulo a música “O mundo estava em guerra”, que faz um paralelo entre os conflitos que estão em curso no mundo e o Carnaval de Salvador.

Cenografia e estética
A tarefa de concretizar no palco a atmosfera proposta pelo cantor através de suas nuances artísticas foi dada ao dramaturgo Elísio Lopes Jr., que tem no currículo mais de 20 peças teatrais encenadas em todo o Brasil e que foi o diretor artístico do espetáculo, e à cenógrafa Renata Motta, que traduziu a versatilidade artística do show nos diferentes cenários. A fórmula encontrada pelos profissionais responsáveis pela parte artística, cênica, estética e de conceito foi dividir o espetáculo em três partes, três facetas de um mesmo artista reunidas em um único show: “Raízes”, que tem em seu cerne as questões da negritude, baianidade e indígena; “Trovador”, com canções românticas – na oportunidade embaladas por uma pequena orquestra; e “Da Massa”, com as músicas mais agitadas e características de carnaval. No cenário, feito de caixotes de madeira, foram projetados textos e ilustrações de Saulo nas canções específicas. Foram projetadas imagens tridimensionais no cenário usando uma tecnologia conhecida como mapping.

Figurino e bailarinos
Pela primeira vez em 16 anos de carreira – e surpreendendo a todos – Saulo teve bailarinos participando do espetáculo. O coreógrafo Zebrinha, que tem experiência internacional e é referência em dança afro no mundo, foi responsável pela seleção dos bailarinos e coreografia. O objetivo de utilizar os bailarinos como uma cenografia viva foi alcançado. A interação do cantor com o corpo de baile foi plena. Com seu jeito característico de dançar – considerado a até desengonçado, Saulo cativou o público com suas performances. Elogiado também foi o figurino, que ficou a cargo do stylist Sandro Lopez. Junto com Elísio, Lopez escolheu três estilistas baianos para participar do projeto: Márcia Ganen, Jorge Nascimento e Luciana Galeão. Os estilistas vestiram Saulo para cada uma das três etapas do espetáculo, identificadas como “Raízes”, “Trovador” e “Da massa”.

Trajetória de sucesso e futuro promissor
Não é à toa que Saulo Fernandes foi o último grande ‘achado’ masculino do axé music. Agora, pouco mais de uma década depois de deixar a Chica Fé e assumir os vocais do Eva, o artista segue para carreira solo. Estruturado, acompanhado por músicos experimentados e altamente profissionais e cercado de equipes técnicas e de produção preparadas, Saulo tem tudo pra dar certo na nessa nova etapa. É notório que o mercado do axé music está saturado das mesmices. Em tempos em que Durval Lélys e Bell Marques – com seus diversos méritos - continuam a fazer sucesso, não será difícil para Saulo se destacar com sua versatilidade, criatividade e, principalmente, carisma. Até porque Saulo se desvincula de forma altamente natural do rótulo de cantor de axé music e da turma do “tira o pé do chão”. Quem acompanha a carreira do vocalista – e assistiu aos shows da gravação do DVD – percebe que ele passeia livremente pelos mais diversos estilos musicais, mas com raízes fincadas no contexto afro, reggae, MPB e principalmente da poesia, grande paixão dele. Além disso, conta com a força da amiga Ivete Sangalo, a quem chama carinhosamente de Maria, seu primeiro nome. Apesar de todos os prós, o fator mais forte em favor do vocalista é o apoio dos fãs. A empatia de Saulo com os admiradores é de causar inveja em qualquer artista. Diante da competência dos integrantes da banda de Saulo, do quadro apático e insosso do axé music – favorável ao surgimento e estouro de profissionais comprometidos,  diferenciados e inovadores, e da já atribulada agenda de Saulo, não vai ser novidade que o cantor, em pouco tempo, se torne, ao lado de Ivete Sangalo, um dos representantes maiores da música da Bahia no Brasil.

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