Quase 40 anos depois do dia em que a tripulação da Apollo 17
capturou a famosa imagem da Terra como uma "bola de gude azul"
flutuando no espaço, em 7 de dezembro de 1972, a Nasa divulgou um vídeo
mostrando o planeta à noite, como uma "bola de gude preta".
As imagens livres de nuvens, tiradas com equipamentos de
registro em alta resolução dos espectros visível e infravermelho, a bordo de um
satélite da Nasa e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA),
captura as luzes noturnas da Terra com inéditos detalhes.
As imagens podem ser vistas, com explicações em inglês, no
site da Nasa.
O sensor é capaz de capturar o equivalente a três imagens de
baixa luz simultaneamente, o que permite que os pesquisadores estudem a
atmosfera, o solo e os oceanos da Terra à noite.
"São dados de altíssima qualidade", disse
Christopher Elvidge, cientista da NOAA, a jornalistas numa conferência em San
Francisco. "Eu a qualifico como uma resolução espacial seis vezes
melhor."
O equipamento, conhecido pela sigla VIIRS (de "conjunto
de imagens por radiometria infravermelha visível") é capaz de distinguir o
brilho intrínseco da atmosfera noturna e também a luz de um único navio no meio
do oceano. O VIIRS está instalado no satélite Suomi NPP, que orbita a Terra
cerca de 800 quilômetros acima dos pólos.
Os cientistas usaram o sensor dia-noite para observar a
supertempestade Sandy, iluminada pela luz da lua, quando da sua passagem pela
costa de Nova Jersey, em 20 de outubro. O recurso também flagrou os apagões que
atingiram áreas urbanas assoladas pela tempestade.
O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA começou a usar o
sensor dia-noite do VIIRS para prever nevoeiros em regiões costeiras, como a de
San Francisco.
Algumas imagens do VIIRS surpreenderam os cientistas. O
sensor, por exemplo, capturou a luz da alta atmosfera iluminando as nuvens e o
gelo em comprimentos de onda visíveis - à noite.


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