No último sábado (27), um intercambista brasileiro foi ao ar
em uma TV coreana, com um vídeo em que canta e dança “Ganganm Style”, sucesso
do ídolo sul-coreano Psy.
O rapaz, Leonardo Saturnino Ferreira, 22, mora em Seul desde
o início deste ano. Ele estuda coreano e terá aulas de graduação em engenharia,
a partir de 2013, como um dos três bolsistas do Brasil que foram escolhidos
pelo governo daquele país – a bolsa é integral e cobre gastos diários e as
aulas de idioma.
O vídeo é uma brincadeira dos produtores do programa “Bravo!
Asean Korea 2012”, uma competição entre estrangeiros que vivem na Coreia do Sul
e vieram de países da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático). O
Brasil não está nesse bloco econômico, mas Ferreira acabou participando depois
de aceitar um convite de uma amiga de Brunei.
Para o estudante, o vídeo do “Gangnam Style” deu certo
porque é “muito alegre e engraçado” – duas características que, na opinião
dele, faltam ao povo coreano. “Há
pressão para ser o melhor na escola, no trabalho, para entrar rápido na
faculdade, para casar, para tudo", afirma.
Adaptado
Segundo o brasileiro, o sistema educacional coreano é
bastante puxado. “Eu gosto dessa produtividade de um país em que as coisas
funcionam. Mas, como é competitivo, sempre está entre os países com maiores
índices de suicídio. O coreano é muito estressado com prazo e desempenho. Os
alunos não se importam em virar a noite na sala de estudos, que na maioria das
faculdades ficam abertas 24 horas por dia”, conta.
Ele, no entanto, não entra na onda coreana do estresse e da
correria: “Sou brasileiro. Acredito que a minha missão na Coreia do Sul é
representar o Brasil. Levar a produtividade coreana para o nosso país e ensinar
os coreanos a serem mais felizes. O brasileiro é mais alegre, todo mundo se
diverte, brinca, é mais cabeça fria”.
Interessado na cultura coreana desde a adolescência,
Leonardo pretende, depois de se graduar em engenharia, trabalhar nas relações
bilaterais entre Brasil e Coreia. Hoje já é uma espécie de embaixador informal
e tem se dedicado ao “[Kobra]”:kobrazil.org, que reúne brasileiros e fornece
orientações em português para quem se interessa em ir à Coreia do Sul como
estudante.
Estudo de línguas e de engenharia
Ferreira está na Coreia do Sul desde o começo do ano. A
rotina do brasileiro é de quatro horas de aulas diárias de coreano como aluno
da Universidade Kyung Hee. Depois, reforça o aprendizado em casa no restante do
dia. Todos os seus colegas de sala são internacionais e o que predomina ainda
na conversa diária é o inglês.
Enquanto as aulas na Universidade Nacional de Seul não
começam – ele só começará a graduação no ano que vem --, Leonardo aprende a
lidar com a língua coreana e as diferenças culturais. E dança. A la “Gangnam
Style”.
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