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Rogéria morre aos 74 anos no Rio após internação

Morreu na noite esta segunda-feira a atriz Rogéria, aos 74 anos. Segundo o biógrafo e amigo Márcio Paschoal, Rogéria faleceu por volta das 22h15, no Hospital da Unimed-Rio, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Após ser internada com infecção urinária, a atriz teve uma crise convulsiva e foi vítima de choque séptico.
Rogéria deu entrada na UTI no início de agosto para tratar um quadro de sepse urinária. Ela chegou a ter alta no dia 25 do mês passado, mas voltou para o hospital após apresentar piora.
De acordo com Márcio Paschoal, a atriz estava aguardando melhora para poder realizar uma operação nos rins, mas seu quadro se agravou, provocando problemas cardíacos e uma infecção generalizada.
— Ela estava aguardando para fazer uma operação nos rins, mas o quadro se agravou. Ela chegou a ter problemas cardíacos. O empresário dela está cuidando de tudo. Engraçado que na primeira vez que ela foi internada, eu me preocupei muito. Dessa vez, estava mais tranquilo e aconteceu isso. Vai fazer muita falta — lamentou.
  • Inspirada em Marilyn Monroe, em 1967Foto: Arquivo

  • Em 1970, durante show de Agildo RibeiroFoto: Arquivo

  • Nua na reivsta PlayboyFoto: O Globo

  • Nos anos 1970, em ParisFoto: Arquivo

  • Rogéria com Marília Pêra, em 1973Foto: O Globo

  • Com Marina Montini e Roberta Close, no canaval de 1982Foto: O Globo

  • Se maquiando para show no Teatro Alaska, em 1983Foto: Arquivo

  • Show 'Rio Gay', no Teatro Alaska, em 1983Foto: Arquivo

  • Em festa de aniversário na Boate Circus, com Miguel Falabela e Caique Ferreira, em 1983Foto: Arquivo

  • Show 'Umas e Outras', na Sala Funarte, também em 1983Foto: Arquivo

  • Na capa da revista Manchete, em 1984Foto: Reprodução

  • Em 1986, no desfile da União da IlhaFoto: O Globo

  • Rogéria como destaque da Unidos da Tijuca, com o enredo 'Guanabara, o seio do mar', em 1992Foto: O Globo

  • Mais uma imagem de Rogéria no desfile da Unidos da Tijuca, em 1992Foto: O Globo

  • Destaque no desfile da Unidos de Vila Isabel, com o enredo 'Gbala, viagem ao templo da criação', em 1993Foto: O Globo

  • Rogéria no carro alegórico da Vila Isabel, em 1993Foto: O Globo

  • Rogéria ganhou um perfil na revista 'Ela', em abril de 1997Foto: Marco Antônio Teixeira / O Globo

  • Em frente ao antigo Teatro Alaska, em 1997Foto: Arquivo

  • Numa das edições do 'Cilada' inspirada no carnaval, o comediante Bruno Mazzeo se vestiu de mulher e contracenou com RogériaFoto: Fabrizia Granantieri / O Globo

  • Com Fernanda Montenegro, na estreia do musical 'Sweet charity', de Claudia Raia, em 2007Foto: Cristina Granato / O Globo

  • No desfile da São Clemente, em 2008, como Dona Maria, a LoucaFoto: Guilherme Pinto / O Globo

  • O compositor João Roberto Kelly entre as Divina Divas Jane de Castro e RogeriaFoto: Salvador Scofano / O Globo

  • Rogéria com Isabelita dos Patins, na festa de Reveillon de André Ramos e Bruno Chateaubriand, em 2008Foto: Marcos Ramos / O Globo

  • Em 2011, ela apresentava no Teatro Clara Nunes o espetáculo Rogéria e os AstolfosFoto: Ricardo Cassiano / O Globo

  • No Prêmio Faz Diferença, no Copacabana Palace, com Jane de Castro e Eloína, em 2011Foto: Marcos Ramos / O Globo

  • Rogéria brinca com Gilberto Braga durante o show 'Homenagem a Trois', no Bar do Tom, que ela fazia com Miele e Chico Caruso. Em 2012Foto: O Globo

  • Miele, Rogéria e Chico Caruso, o elenco do show 'Homenagem a Trois'Foto: Divulgação

  • Zezé Motta, Eliana Pittman, Ida Gomes, Rogéria e Alessandra Maestrini. O elenco do musical 'Sete', de Charles Moeller, Claudio Botelho e Ed Motta.Foto: Marcos Ramos / O Globo

  • Caracterizada para o musicalFoto: Simone Marinho / O Globo

  • Com Angélica no programa 'Estrelas', em 2013Foto: Divulgação

  • Rogéria com Alcione, nos bastidores do talk-show 'Com frescura'Foto: Divulgação

  • Em 2016, foi entrevistada por Aderbal Freire-Filho no programa 'Arte do Artista'Foto: Bruno Souza / Divulgação

  • Se preparando para espetáculo no Teatro Rival, em 2016Foto: Marcos Ramos / Agência O Globo

  • Com Cauã Reymond e Jane de Castro, no Festival do Rio em 2016Foto: O Globo

  • No lançamento de sua biografia, na Livraria da Travessa do Leblon, em 2016Foto: Hermes de Paula / O Globo

Primeiro na Rádio Nacional, frequentando os programas de Emilinha Borba, sua maior referência artística. Em plena ditadura militar, aproveitando o surgimento das vedetes travestis, destacou-se como vedete nas boates de Copacabana e em apresentações consideradas lendárias no Teatro Rival. Em 1964, autou no primeiro espetáculo nacional de transexuais, “Les Girls”. Dirigido por João Roberto Kelly, trazia letras como: “Ser mulher é muito fácil para quem já é, mas pra quem nasce para ser João é um sacrifício a transformação”.
Depois de passar um período como maquiadora na TV Rio, que funcionou como uma escola de artes dramáticas pela convivência com atores e diretores, firmou-se nas artes dramáticas. No cinema, filmou com grandes cineastas: Eduardo Coutinho em “O homem que comprou o mundo” (1968), Julio Bressane em “O gigante da América” (1978), e José Joffily em “A maldição de Sampaku” (1991). Em 1979, venceu um Troféu Mambembe (um dos prêmios mais importantes para a produção cultural na época) pela atuação na peça “O desembestado”, contracenando ao lado de Grande Otelo.
Participando de programas de TV, Rogéria apresentou o universo do transformismo a um público mais amplo, tornando-se a “travesti da família brasileira”, título cunhado por ela próprio. Foi jurada em programas de auditório de grande audiência, como o “Cassino do Chacrinha”. Travesti na TV era uma novidade — e o pioneirismo foi bem aceito. Seu carisma e talento ajudaram a quebrar o preconceito, em uma época em que homens só podiam se vestir de mulher na rua durante o carnaval. Ainda assim, não foi presa nem precisou se exilar durante a ditadura.
Rogéria não quis fazer cirurgia para mudar o sexo e nunca injetou silicone para alterar o corpo. A artista, que dizia não se preocupar com discussões sobre representatividade LGBT, era conhecida por sair no braço com os colegas homofóbicos.
— Engajada? Eu preciso ser engajada? Eu sou o engajamento em pessoa! Se as outras travestis estão aí, agradeçam a mim, que sou uma bandeira, e os brasileiros gostam de mim — disse ela, em entrevista ao GLOBO no ano passado, quando lançava sua biografia “Rogéria — Uma mulher e mais um pouco”, escrita por Márcio Paschoal.
Além da biografia lançada em 2016, Rogéria fez parte do grupo de travestis e transexuais retratado no documentário “Divinas divas”, dirigido por Leandra Leal.
O velório de Rogéria acontecerá no Teatro João Caetano, no Centro do Rio: das 11h até as 13h para parentes e amigos, e das 13h às 18h para os fãs que quiserem prestar a última homenagem à artista. Rogéria será sepultada no município de Cantagalo. As informações foram postadas pela atriz Leandra Leal em sua página numa rede social.

Fonte: OGlobo

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