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Procissão, fogos e carreata: Ubaitaba se emociona com feito de Isaquias

Ubaitaba - cidade de Isaquias Queiroz (Foto: Thierry Gozzer)A chuva fina que caiu pela manhã parecia um recado. E foi. A pequena Ubaitaba lavou a sua alma neste sábado. O tão sonhado ouro do filho ilustre não veio, mas quem disse que o povo da cidadezinha do interior da Bahia se importou com isso? Em procissão desde cedo, os ubaitabenses comemoraram a prata de Isaquias Queiroz ao lado de Erlon como se fosse o lugar mais alto do pódio. Festejaram com fogos e carreata. E o motivo é nobre. A conquista na Rio 2016 alçou o filho de dona Dilma ao posto de maior medalhista olímpico do país em uma edição dos Jogos. São três medalhas, duas pratas e um bronze, ultrapassando Afrânio e Paraense, do tiro esportivo, e César Cielo e Gustavo Borges, da natação. 
Ubaitaba, na verdade, já está em festa desde a primeira medalha de Isaquias. Mas o auge foi neste sábado. O comércio fechou. Várias ruas ficaram desertas. Na quadra do Centro Educacional Ubaitabense, um telão foi montado para todos acompanharem o ídolo da cidade. Uma hora antes da prova, jovens circulavam pela rua com seus remos depois dos treinos e aumentavam a ansiedade: "Já estava nervosa pela prova do Isaquias. Aí vejo esses meninos na rua com os remos, meu coração quase sai pela boca", disse uma moradora que voltava da feira. 
Ubaitaba - cidade de Isaquias Queiroz (Foto: Thierry Gozzer)Ruas de Ubaitaba ficaram desertas. Todos estavam ligados em Isaquias (Foto: Thierry Gozzer)

À beira do Rio das Contas, onde Isaquias deu as primeiras remadas, o movimento na feira era menor. Em cada esquina, faixas desejavam sorte e já se preparavam para recebê-lo na próxima semana. A cada minuto que a prova se aproximava, uma procissão de pessoas subia a ladeira para torcer pelo "amigo", "vizinho", "pelo menino do carrego da feira"...
- Hoje não têm trabalho. É dia de torcer pelo nosso menino. O ouro não veio, mas não tem problema. O Isaquias é um herói. As pessoas ainda não perceberam o tamanho e a importância da conquista dele. O filho da dona Dilma fez história. Que orgulho ver que Ubaitaba tem o maior atleta olímpico do Brasil com três medalhas em uma só Olimpíada - disse o comerciante Juvêncio Santos, que esteve na quadra da escola e só trabalhou depois da festa. Assim que a final do C2 1.000 começou, os gritos foram efusivos. Erlon e Isaquias levantaram a multidão. Os primeiros 500 metros foram de domínio da dupla baiana e era impossível não se contagiar pela energia do local. A cada remada, fogos estouravam. Na segunda metade da disputa, apreensão ao ver os russos e alemães encostarem. Os gritos deram lugar ao silêncio. A reta final se aproximou e a torcida se dividiu entre a dúvida e a certeza da vitória. Os alemães levaram a melhor no fim, mas a confirmação da prata para Isaquias e Erlon fez a tristeza ir embora. Mais fogos, festa e abraços na escola. 
- Foi o auge da festa. Para quem é da canoagem e luta todo dia pela modalidade aqui no Rio das Contas, foi uma festa inesquecível, um momento emocionante. O Isaquias uniu a cidade e nos fez festejar - comentou Camila Lima, presidente da Associação Cacaueira de Canoagem.
Torcida em Ubaitaba - cidade de Isaquias Queiroz (Foto: Thierry Gozzer)Torcida em Ubaitaba - cidade de Isaquias Queiroz (Foto: Thierry Gozzer)




Na hora do pódio, o aceno do filho ilustre parecia ser direcionado para Ubaitaba e não para a câmera. O coração de Isaquias com a prata em mãos causou frisson. Empolgados, a maioria partiu para a carreata que circulou pelas poucas ruas da pequena Ubaitaba, que na língua indígena significa "Cidade das Canoas". Aos poucos, cada um foi comemorar a sua maneira.
Churrasco, mocotó, uma cerveja gelada... As medalhas de Isaquias trouxeram orgulho para um povo sofrido, mas que brada e bate no peito pra dizer que o maior atleta olímpico do país em uma única edição de Olimpíada saiu do Rio das Contas. Do interior da Bahia para a eternidade.
Torcida em Ubaitaba - cidade de Isaquias Queiroz (Foto: Thierry Gozzer)Quadra em Ubaitaba, onde a torcida se concentrou, ficou lotada para ver o herói (Foto: Thierry Gozzer)



Fonte: Ge

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