Ciente de que "Babilônia", principal produto atual da TV Globo, está ruim no Ibope, o autor da trama das nove, Gilberto Braga, conversou abertamente sobre as mudanças no folhetim em entrevista ao jornal O Globo do último domingo (31)."Estou satisfeito com o resultado, não acho que seja ruim. Mas deu muito trabalho refazer. Está dando muito trabalho. Agora estou improvisando. Felizmente, gosto de tudo o que está no ar. Por que a audiência não sobe? Eu não sei", disse, ainda dizendo estar "cansado da humilhação diária" de não superar a novela 'I Love Paraisópolis'.
O escritor contou que, após as alterações, a audiência subiu em todos os estados brasileiros, menos na capital paulistana. Amigo de Silvio de Abreu, autor paulistano, Braga costuma questioná-lo sobre o gosto de seus conterrâneos.
"Depois das mudanças, a audiência não subiu em São Paulo. Paulista é esquisito. Um dos meus melhores amigos é o Silvio de Abreu. Ele fez o personagem Jamanta (em 'Torre de Babel', de 1998). Odeio Jamanta e falei: 'Jamanta de novo?' (quando ele voltou em 'Belíssima', em 2005). Ele disse: 'É um fenômeno paulista. Fora de São Paulo ninguém suporta, mas lá é um sucesso. Por isso que eu botei'. Acho que o problema está aí. Não sei escrever para quem gosta de Jamanta. Meu universo é antiJamanta", afirmou ele, que reconhece estar vivendo em um "Brasil careta".
Braga também criticou o núcleo de dramaturgia diária da emissora, atualmente comandado por Silvio de Abreu. "Tenho queixa desde a entrega da sinopse. Ela ficou rolando lá pela Globo quase um ano, estava trabalhando com antecedência. Na sinopse tinha cafetão e garota de programa. Era forte e ninguém falou nada. Depois que a novela entrou no ar falaram: cafetão e garota de programa não pode. Tinham que ter me avisado na sinopse. Aí foi um tal de Alice virar heroína...", finalizou.
Fonte: Holofote
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