O surto de ebola na África Ocidental tem deixado os órgãos internacionais alarmados e fez surgirem drogas experimentais inovadoras. Mas também trouxe da era medieval uma prática de contenção da doença: o cordão sanitário. Comuns na época da peste negra – e sem registros de utilização desde 1918 – eles consistem em uma linha desenhada em torno da área infectada, da qual ninguém pode sair. O problema é que, originalmente, os cordões são uma prática brutal e desumana. Séculos atrás, todas as pessoas dentro dos limites eram deixadas para morrer ou sobreviver até que o surto terminasse.
Os planos de um novo cordão de isolamento foram anunciados no início de agosto, em uma reunião de emergência em Conacri, na Guiné. A ideia era isolar uma área triangular entre Guiné, Serra Leoa e Libéria – países mais afetados pela doença. A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que, até esta segunda-feira (11), havia 1.848 casos registrados com 1.013 mortes, mas especialistas acreditam que os números podem ser maiores porque famílias de regiões remotas evitam hospitais e escondem vítimas. "Pode dar certo. Mas tem um grande potencial para dar errado se não for feito com uma abordagem ética. Simplesmente deixar que o ciclo da doença se complete e considerar isso o preço de controlá-la –não vivemos mais nessa era. E assim que os casos estiverem sob controle, deve-se retirar as restrições", defende o dr. Martin S. Cetron, especialista chefe em quarentena. Informações do New York Times.
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