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Alessandra Maestrini assume sua bissexualidade: ‘Pra mim já deu. Sabe?’

Alessandra Maestrini assume sua bissexualidade: ‘Pra mim já deu. Sabe?’A atriz Alessandra Maestrini, da Rede Globo, mais conhecida pelo povão como Bozena de “Toma lá dá cá”, revelou sua bissexualidade essa semana e se mostrou aliviada em um pronunciamento. A artista afirmou que apesar de estar em posição confortável na vida pessoal e profissional, se sentia exausta: “Exausta de não me sentir amada incondicionalmente. Exausta de não me permitir amar e ser amada como devo e como mereço. Exausta de me sentir rejeitada e, é claro, especialmente por mim mesma. Exausta de assumir uma posição superficial sobre tantos assuntos para ‘não me expor’. Exausta de falar sobre sexualidade não ortodoxa como se me referisse a terceiros, quando na verdade estou entre os sujeitos e sou o objeto do assunto. Não estou falando sobre ‘eles’. Estou falando sobre ‘nós’. Imagine você que a cada entrevista que dou tenho que ficar ou trocando o gênero de um personagem de minha história, ou escolhendo outra história vivida por mim que já traga em si o gênero certo, esperado, desejado pelos ouvidos da sociedade”.

“(...) Uma coisa é o fato de que me pagam para fazer teatro, na vida profissional. Outra coisa é o fato de que me custa passar a vida fingindo, na vida pessoal. Sou comediante. Sei bem onde graça e dor se encontram. Quando me vi, mais uma vez, desviando de mim mesma para responder a perguntas simples, com mais de 30 anos de idade, e em pleno 2014... Achei patético, e resolvi mudar o quadro, digo: a entrevista. ‘Cada um faz da vida o que quer; mas pra que se exibir assim? Pra que se expor?’. Minha sexualidade não é um defeito ou uma doença. É uma característica minha da qual, assim como de todas as outras que me compõem, me orgulho porque me dá alegria porquanto me identifico com ela porque... sou eu. Portanto, que isto fique bem claro: ao me assumir não estou me exibindo; não estou me expondo: estou me expressando. Não estou abrindo mão da minha intimidade. Estou fazendo questão da minha identidade. (...) Poderia o mundo responder ao meu manifesto, como respondeu meu pai quando, já nos meus vinte e poucos anos, me assumi para ele. Meu pai respondeu: “E daí?” Você já sabia, papai? “Não.” Como é possível eu te contar que sou gay e você reagir assim, como se eu tivesse dito nada? “Minha filha, isto é tão desimportante para mim, que nunca me passou pela cabeça se você é ou não é gay. Cada um faz da sua vida o que quiser. O que me interessa saber é: você está feliz?”.

A atriz continua: “Por isto que sempre que alguém me perguntava em entrevistas se eu estava solteira ou namorando, como costumeiramente eu estava sempre namorando alguma mulher que não só não queria se assumir como, boa parte das vezes, apesar de já estar há meses me namorando e  declaradamente apaixonada dizia ‘não se considerar gay’ eu respondia: ‘Estou feliz’. E imediatamente ficava orgulhosa do drible elegante... e drenada por sublinhar mais uma vez minha cumplicidade à escolha de envergonhar-me de ser quem sou e de viver o que vivo. Boa parte das vezes, a melhor maneira de piorar um problema é contorná-lo ou, mais objetivamente, fingir que ele não existe. As pessoas costumam assumir o seu amor e não a sua sexualidade. Não as julgo. Mas eu aqui estou me assumindo, não porque esteja apaixonada e nem mesmo porque esteja procurando um amor para o momento. Não é o caso, definitivamente. Estou me assumindo porque estou exausta. Pra mim já deu. Sabe?  E sei que esta minha decisão e gesto podem e vão influenciar muitas pessoas, da vida pública como eu e, principalmente, na sua vida privada, a abrir suas asinhas e alçarem voos mais leves. Ai! Que alívio! :)”.

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