O ex-governador do Rio de Janeiro Marcello Alencar, de 88 anos, morreu na madrugada desta terça-feira (10), como informou o Bom Dia Rio. Segundo informações do deputado federal OtĂ¡vio Leite (PSDB), Alencar morreu em casa, por volta das 4h20, por complicações de saĂºde causadas por trĂªs acidentes vasculares cerebrais (AVC). Ele morava em SĂ£o Conrado, na Zona Sul carioca.
O velĂ³rio de Alencar estĂ¡ marcado para as 9h desta quarta-feira (11) no PalĂ¡cio da Cidade, sede do poder municipal, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, segundo o partido.
'Vai deixar saudade', diz afilhada= Os netos do polĂtico deixaram a casa do avĂ´, em SĂ£o Conrado, por volta das 9h45. Segundo eles,Marcello Alencar era diabĂ©tico e vinha tendo convulsões recentemente.
"Eu realmente estou triste, mas por dentro estou feliz, porque agora ele pode descansar", disse Manuel Felipe Alencar, um dos netos.
Outras familiares tambĂ©m chegavam aos poucos a residĂªncia do ex-governador. A afilhada Priscilla Rocha disse que ele era muito querido na carreira pĂºblica.
"Tio Marcelo vai deixar saudade, um homem Ăntegro, um homem de exemplo. A gente quer que ele descanse em paz e deixe esse legado bonito para o Rio de Janeiro", disse.
Alencar foi advogado de presos polĂticos e estĂ¡ entre os oito parlamentares que perderam o mandato entre 1966 e 1969, apĂ³s o AI5 (Ato Inconstitucional n° 5), que suspendeu garantias constitucionais durante a ditadura militar. Em cerimĂ´nias em 2012, ele recebeu simbolicamente o mandato de volta no Senado e na CĂ¢mara dos Deputados.
TrajetĂ³ria polĂtica= O polĂtico governou o Rio de 1995 a 1999. Durante esse perĂodo, inaugurou a Via Light, que liga a capital ao municĂpio de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Seu governo tambĂ©m ampliou o sistema de MetrĂ´, com estações da Linha 2 atĂ© a Pavuna, e privatizou empresas estatais, como o Banco do Estado do Rio de Janeiro (Banerj) e serviços de transportes. Apesar do histĂ³rico da defesa de direitos humanos na ditadura, o secretĂ¡rio de segurança do governo Alencar foi o general Nilton Cerqueira, ligado aos governos militares.
Marcello Alencar tambĂ©m foi senador pelo antigo estado da Guanabara e prefeito do Rio em duas ocasiões. Num dos mandatos, implantou o Rio-Orla, projeto urbanĂstico que remodelou os calçadões das avenidas litorĂ¢neas com a instalaĂ§Ă£o de ciclovias. AlĂ©m disso, o ex-governador foi presidente do PSDB do Rio por duas vezes: seu primeiro mandato foi de 1993 a 1995, e o segundo, de 2001 a 2005.
A morte de Alencar foi confirmada pelo deputado estadual Luiz Paulo CorrĂªa da Rocha (PSDB) e presidente estadual do partido, em sua conta no Facebook. "É com pesar que informo a morte do ex-prefeito do Rio e ex-governador Marcello Alencar, aos 88 anos, na madrugada desta terça-feira. Tinha Marcello Alencar como um honrado e respeitado homem pĂºblico, alĂ©m de grande lĂder. Meus pĂªsames Ă famĂlia e aos muitos amigos que deixa", escreveu o parlamentar.
Posteriormente, em entrevista ao G1, Rocha lembrou que Alencar era presidente de honra do PSDB e que, mesmo adoentado, sem poder se locomover, mantinha-se lĂºcido e atuante nas decisões polĂticias do partido.
"Ele foi uma referĂªncia polĂtica muito importante, em especial e intensamente para mim, que fui seu vice-governador e secretĂ¡rio de Obras, quando ele foi prefeito. Sempre o visitava para conversar, e ele gostava de se manter atualizado sobre as questões polĂticas", disse Rocha. Em nota, o PSDB manifestou pesar pelo "falecimento de um de seus mais ilustres representantes"
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