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Brasileiro que trabalhou nos efeitos visuais de 'Amanhecer - Parte 2' fala sobre bastidores da saga

RIO - Há um brasileiro que conhece bem o dia a dia dos vampiros mais queridos do mundo pop. O carioca Igor Ramade faz parte da equipe responsável pelos efeitos visuais de "Amanhecer — Parte 2", o último filme da saga "Crepúsculo", que estreia nesta quinta-feira (15).
Ele seguiu, de perto, cada movimento dos astros nos últimos meses. É que o rapaz de 28 anos integra a equipe da empresa Pixomondo, responsável por grande parte da pós-produção do longa, que foi feita no Canadá, onde Igor mora desde 2008. Ele trabalhou nos efeitos e simulações de computação gráfica para algumas das principais cenas do filme, cheias de ação. Em uma delas, Bella disputa uma queda de braço com o fortão Emmett na floresta. Em outra, Igor precisou criar um efeito super complexo, mas que foi muito elogiado pelo diretor do filme, Bill Condon: a fumaça que o vampiro Alec (vivido pelo ator Cameron Bright), do clã dos Volturi, usa para perseguir e paralisar as vítimas.
"Eu amo o aspecto da fumaça que o Alec produz. Ele tem essa névoa que pode deixar as pessoas cegas, surdas e mudas. O poder ficou demais! É o melhor filme de terror que eu já vi. A fumaça é bem diferente das outras que já foram feitas. Ela tem tentáculos que podem chegar dentro de você e tudo mais", disse Bill Condon à MTV, em uma entrevista recente.
O próprio designer explica como funciona o processo de criação de um efeito complicado como esse:
— O objetivo era criar algo assustador e macabro. Os tentáculos principais teriam que agir como cobras perseguindo a vitima e, para conseguir a performance, criamos o "rig de controle", capaz de alterar o tamanho, a velocidade, a espessura e a quantidade de tentáculos que precisávamos para cada cena — diz Igor.
Mas esse é só o primeiro passo do processo, que envolve alguns programas de computador e dezenas de pessoas.
— É bastante técnico e, ao mesmo tempo, artístico. Cada cena passa por diferentes fases de pós-produção: desde modelagem, passando por animação e chegando até os efeitos visuais, com particulas, fluidos, iluminação, render e composição. Para chegar aos cinemas, essas mesmas cenas são avaliadas um monte de vezes, até serem aprovadas pelos supervisores, produtores e pelo diretor — esclarece o designer.
Para Igor, o maior desafio de trabalhar em "Amanhecer - Parte 2" foi o pouco tempo.
— Tivemos apenas dois meses e meio para quase 70 cenas — comenta o brasileiro, que fazia parte de uma equipe de cerca de 20 pessoas.
Na franquia "Crepúsculo", os efeitos visuais são tão importantes como a atuação dos protagonistas. Em uma imagem que ficou famosa na internet, a personagem Bella aparece fazendo carinho na cabeça do lobisomem Jacob, naquele momento, em forma de lobo. Mas, logo abaixo, vem a cena "real", ou seja, como ela foi capturada pelas câmeras, antes de passar pela pós-produção. Na cena crua, Bella, na verdade, acaricia a cabeça do ator Taylor Lautner, que usa um collant cinza dos pés à cabeça. Mas essa não é a única bizarrice que a equipe de efeitos visuais está acostumada a ver. Igor conta que, em uma das cenas na qual trabalhou, um vampiro carrega uma pedra feita de isopor, que mais parecia um hambúrger!
— Coube a mim e aos meus colegas substitui-la por uma pedra digital e, depois, aplicar os efeitos de dinâmica, partícula e poeira — conta Igor.
Se não fossem por esses profissionais meticulosos, toda a fantasia do mundo de "Crepúsculo" não seria possível.

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