Para relembrar os fatos que levaram à queda do então
presidente, o G1 publica nesta sexta, 28, e no sábado, 29, um conjunto de
reportagens com depoimentos de personagens relacionados ao episódio, como
ministros, políticos e auxiliares de Collor, e apresenta toda a trajetória do
impeachment por meio de fotos, vídeos, infográficos e história em quadrinhos.)
Quando assumiu o mandato no Senado, em 2008, Collor disse
que não voltaria a morar na residência da família por receio de que o local
trouxesse más lembranças. Foi para lá que ele se dirigiu após assinar a
renúncia ao cargo de presidente da República, em 1992.
A Casa da Dinda foi a residência oficial de Collor entre
1990 e 1992. Ele decidiu morar lá porque o Palácio da Alvorada estava em
reforma e ele não teria se adaptado à Granja do Torto, outra residência oficial
da Presidência da República.
Batizada em homenagem à mãe de Collor, dona Leda, a Casa da
Dinda foi comprada pelo pai do ex-presidente, Arnon Afonso de Farias Mello, em
1964.
De acordo com certidão emitida pelo 2º Cartório de Ofício do
Registro de Imóveis do Distrito Federal, a casa continua no nome de Arnon de
Mello, que morreu em setembro de 1983.
A mansão está em um terreno de 5 mil metros quadrados com
heliponto, amplos jardins, cachoeiras artificiais e às margens do Lago Paranoá.
Uma reforma feita entre 1989 e 1992 e orçada na época em US$
2,5 milhões teria sido paga com cheques de contas fantasmas administradas pelo
tesoureiro de Collor, Paulo César Farias.
De acordo com Daniel Dall'Oca, corretor de imóveis
especializado no mercado de luxo, um terreno na região onde fica a Casa da
Dinda custa até R$ 6 milhões. “Estou negociando um terreno com área de 6 mil
quadrados na mesma quadra por R$ 5 milhões. Os lotes ali variam entre R$ 4
milhões e 6 milhões, dependendo do tamanho”, explica Dall'Oca.
O corretor afirma que a região do Setor de Mansões do Lago
Norte em que a Casa da Dinda está localizada é muito procurada por pessoas que
buscam ter uma segunda moradia, voltada para o lazer, em Brasília. “É onde eles
geralmente deixam lanchas e barcos, porque são quadras com acesso ao Lago
Paranoá.”
Uso atual
Vizinhos da residência ouvidos pelo G1 afirmam que o local é
visitado com frequência, especialmente nos fins de semana, mas não souberam
dizer quem costuma ir até a casa.
A reportagem do G1 entrou em contato com a assessoria do
senador várias vezes em agosto e setembro, mas Collor não quis falar sobre a
casa.
Vista do lado de fora, a mansão não apresenta sinais de
abandono. Os lustres estão limpos e, assim como a placa com o nome da
residência, foram pintados há pouco tempo. Imagens feitas de helicóptero pela
reportagem indicam que a residência tem aparência de bem conservada.
Porém, as guaritas de segurança construídas na área externa,
na época em que Collor era presidente, destoam do restante da construção. Estão
tomadas por lixo e cercadas de mato alto.
A vigilância da casa é feita atualmente por câmeras de
segurança, com monitoramento 24 horas, segundo um funcionário da casa que pediu
para não ser identificado.
Fonte: G1
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