Quase 80% dos novos integrantes da classe média são negros,
segundo pesquisa da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da
República, divulgada nesta quinta-feira (20) durante cerimônia no Palácio do
Planalto.
Estudo da SAE mostra que, nos últimos dez anos, 35 milhões
de brasileiros ascenderam à classe média
– que já soma mais de 100 milhões de pessoas no Brasil, mais da metade
da população brasileira. A expectativa da Secretaria de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República é que a classe média continue crescendo nos
próximos anos, chegando a 57% de toda a população brasileira em 2022.
Atualmente, ela representa 53% da população do país.
"O crescimento da classe média brasileira foi resultado
de um crescimento com redução da desigualdade. Se tivéssemos tido o mesmo
crescimento, sem redução da desigualdades, a classe média teria crescido apenas
5 pontos percentuais. Deste modo, dois terços [66%] do avanço da classe média
[nos últimos dez anos] se deve à redução das desigualdades", informou o
secretário de Assuntos Estratégicos do órgão, Ricardo Paes de Barros.
O secretário disse que também subiu, nos últimos anos, a
chamada "classe alta", mas não na mesma intensidade da classe média.
"A gente tirou mais pessoas da classe baixa [para a classe média] do que
aumentou a classe alta. A classe média continua ascendendo. Parte dela foi
promovida à classe alta, e esse processo vai continuar ao longo da próxima
década", disse ele.
A renda per capita da classe alta brasileira é mais de
quatro vezes superior à renda da classe média
De acordo com o levantamento da SAE, da Presidência da
República, a renda per capita da classe alta brasileira é mais de quatro vezes
superior à renda da classe média. "Como principal hiato em relação à
classe baixa, neste caso, é o diferencial de produtividade, que justifica uma
parcela ainda maior: 72%. Em segundo lugar, surge a maior renda não derivada do
trabalho da classe alta, que explica 22% da maior renda per capita da classe
alta", informou o governo.
Segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos, a classe
média trabalha, em média, 41 horas semanais, pouco menos do que a classe alta
(42 horas por semana), ambas acima da média nacional de 40 horas por semana. O
governo concluiu que a taxa de ocupação da classe média e o grau de
formalização são importantes, mas acrescentou que a educação é um "fator
decisivo" para explicar a diferença entre a renda das classes média e alta.
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