Ainda muito abalado com a tortura sofrida pela filha, Dayana Rodrigues, de 23 anos, no domingo, no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, o aposentado Aquiles de Abreu Rodrigues, de 56, negou qualquer envolvimento da jovem com o jogador Bernardo, do Vasco. Aquiles acusou o atleta de ter inventado ter um caso com a jovem e fez um desabafo:
- Esse cara devia pensar no que fez com a gente. Destruiu não só ela, mas também o pai, a mãe, o irmão e a irmã. A Dayana nunca teve nada com ele. Jamais. Esse cara é um covarde safado.
Segundo o aposentado, Bernardo é constantemente visto na Maré. Aquiles disse não saber se o jogador já havia assediado sua filha.
- Pelo que sei, isso nunca aconteceu. Ele inventou essa fofoca e causou essa destruição. A gente mora junto, sofre junto. A mentira é a pior desgraça do mundo - disse.
Aquiles confirmou que a filha não voltou para a Maré depois de ter alta do Hospital Souza Aguiar, no Centro, na quinta-feira. Segundo ele, Dayana tem uma loja de calçados na comunidade e também um filho de 7 anos.
- Infelizmente, meu neto é vascaíno - contou o aposentado.
Ele disse ainda que a filha está bem - ela levou pelo menos cinco tiros - mas ainda muito nervosa:
- Mas ela está bem. Está nas mãos de Deus, que é o melhor lugar onde poderia estar.
Quanto ao envolvimento de Dayana com o traficante Marcelo Santos das Dores, o Menor P, chefe do tráfico na Maré, Aquiles limitou-se a negar:
- Não tem isso.
O aposentado disse ainda que não pensa em se mudar da comunidade.
- Não estou com medo. Quem tem medo é quem é covarde - afirmou.
Crise de ciúmes
Bernardo e a Dayana teriam sido flagrados por bandidos na região da Favela Salsa e Merengue, e então levados para o Morro do Timbau. Lá, os dois teriam sido amarrados com fita crepe, torturados e espancados. O casal teria levado, inclusive, choques elétricos. O motivo da tortura, segundo informações recebidas pela polícia, teria sido uma crise de ciúmes de Menor P. Dayana, ainda de acordo com a polícia, seria a namorada número 1 do traficante.
O delegado José Pedro da Costa, titular da 21ª DP (Bonsucesso) e responsável pela investigação disse ter recebido uma informação de que Menor P pediu desculpas à família da jovem pela agressão. Aquiles negou.
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