Longe da TV e dos olhos do público desde 2005, quando fez parte do elenco da novela "América", Guilherme Karan tem vivido os últimos meses isolado em sua casa, na Barra, numa cadeira de rodas. O ator, dono de papéis memoráveis na televisão, sofre de uma doença degenerativa, uma síndrome neurológica chamada Machado-Joseph, que compromete a capacidade motora do paciente. "Ele herdou da mãe. Perdi um filho com a mesma doença. Guilherme fica na cadeira de rodas o tempo todo. Tem horas que ele está lúcido e tem horas que não", diz seu pai, Alfredo.
Guilherme Karan, que também sofre de problemas na coluna, vive sob os cuidados de dois enfermeiros, e recebe, três vezes por semana, a visita de um fisioterapeuta. É o máximo de contato que tem com o mundo externo. Deprimido, não quer receber visitas. À amiga e autora Gloria Perez, ele pediu que não o visitasse mais. Karan prefere não ver mais TV e nada que lembre seu passado. "Ele não quer falar com ninguém. Está deprimido. E é um ponto de vista que temos que respeitar. Eu, como pai, compreendo e dou toda a assistência que posso", conta Alfredo.
Apesar da depressão, a família continua acreditando na recuperação e no retorno do ator ao trabalho: "As pesquisas continuam. Quem sabe não descobrem um antídoto para que ele possa voltar ao que era antes. Ele fica muito triste, era um homem alegre e acabou perdendo a alegria de viver".
O neurologista Charles André, integrante da Câmara Técnica de Neurologia e do Conselho Regional de Medicina (Cremerj), explicou o que é a doença de Machado-Joseph, que deixou ator Guilherme Karan numa cadeira de rodas. Segundo ele, a doença é hereditária e provoca uma lesão na região do cerebelo - órgão de múltiplas funções e responsável por ajudar na coordenação dos movimentos. Assim, ficam comprometidas a coordenação motora, a fala, a deglutição - engolir alimentos - e até mesmo o movimento dos olhos.
- Ela começa na juventude ou na vida adulta e é progressiva. Não existe cura ainda. Há tratamentos de reabilitação baseados nos problemas que forem surgindo - disse o médico.
De acordo com ele, a doença não é diretamente mortal. O que acontece é que a situação em que o pacidente fica pode levá-lo à morte.
- Pode, por exemplo, comprometer o equilíbrio e a pessoa cair e machucar-se muito - disse Charles André.
Fonte: Extra
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