Com mais de 200 mil compartilhamentos em
10 dias, uma mensagem que circula no
Facebook afirma que o MPF proibiu a vacina
contra HPV em todo o país. Não é verdade.
A falsa notícia, que também repercute no
WhatsApp, apresenta uma contradição já no
título, porque não cabe ao MPF tal proibição.
O órgão pode, no máximo, pedir à Justiça que proíba.
Isso, de fato, foi feito. A mensagem falsa, portanto,
usa como base parte de uma notícia verdadeira,
publicada em 2015, quando o MPF em
Uberlândia (MG) pediu a suspensão da vacina.
O pedido, no entanto, foi negado pela Justiça
Federal em 27 de abril deste ano. O Ministério da
Saúde diz que a vacina continua disponível para
toda a população-alvo.
Veja o que diz a falsa mensagem:Alerta aos pais:
MPF proíbe a vacina contra o HPV, que pode
deixar seus filhos debilitados por toda a vida ou
até mesmo levá-los à morte por conter metais
pesados, vírus transgênicos e conservantes, além
de destruir a capacidade natural do indivíduo.
NÃO VACINE SEU FILHO CONTRA O HPV
porque por trás disso, esconde-se uma máfia que
só visa lucrar com isso.
No pedido feito pelo MPF em 2015, o autor da
ação, o procurador da República Cléber
Eustáquio Neves, fundamentou o pedido dizendo
que não foram realizados estudos que
comprovem a eficácia ou apontem os efeitos
colaterais da vacina, incluída no calendário
anual de imunizações da população brasileira.
A juíza rebateu o argumento em sua decisão.
"Diante da fragilidade das alegações relativas
a eventuais efeitos colaterais e levando-se em
conta as milhares de doses já aplicadas na
população brasileira desde 2011, observo
que os poucos relatos apresentados, sem
prova científica de que a vacina teria causado
efeitos colaterais, não são suficientes para
amparar a pretensão ministerial de suspender
a aplicação da vacina contra HPV em todo o
território nacional", afirmou Anna Cristina
Rocha Gonçalves.
Veja o que diz o Ministério da Saúde=O Ministério
da Saúde informa, em nota, que são equivocados,
sem nenhuma comprovação científica e, até
mesmo, nocivos à saúde da população os
boatos divulgados pelas redes sociais sobre
a vacina de HPV ofertada no Sistema Único de
Saúde (SUS). A nota diz que "não há suspensão
do uso da vacina e que a população-alvo,
definida pelo Ministério da Saúde, pode se
dirigir às 36 mil salas de vacina para serem
vacinadas".
O órgão ressalta que a vacina disponibilizada
é a mesma utilizada em mais de 130 países,
com mais de 200 milhões de doses distribuídas,
fazendo parte de mais de 80 programas
nacionais de imunizações, e que sua segurança
e eficácia contra os tipos mais incidentes de
HPV ligados ao câncer estão estabelecidas
e amplamente reconhecidas.
Segundo o Ministério da Saúde, "em 20 anos
de investigação e estudo, o Comitê Consultivo
Global da Organização Mundial da Saúde para
Segurança da Vacina (GACVS/OMS) não
encontrou qualquer problema de eficácia e
segurança com as vacinas HPV, tendo emitido
vários relatórios a este respeito". "A maioria
dos eventos adversos encontrados são apenas
reações locais, sem registro de óbitos associados. "
A nota diz que a OMS, inclusive, conclamou
em maio desse ano, no último Position
Paper (OMS, 2017), os países a implantarem
essa vacina em seus programas de imunizações.
No Brasil, de acordo com o ministério, a
Sociedade Brasileira de Imunizações, a
Sociedade Brasileira de Pediatria, a Sociedade
Brasileira de Infectologia e Federação
Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia e a Sociedade Brasileira de
Reumatologia recomendam a vacinação e
corroboram com a eficácia e segurança da vacina.
O Ministério da Saúde informa ainda que qualquer medicamento/vacina comercializado no país
passa por um rigoroso processo de análise de
qualidade, eficácia e segurança junto à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E diz
que a Anvisa só libera o registro para algum
medicamento e/ou vacina mediante testes
qualificados que garantam a segurança e
eficácia do produto.
É ou não é?’, seção de fact-checking (
checagem de fatos) do G1, tem como objetivo
conferir os discursos de políticos e outras
personalidades públicas e atestar a veracidade
de notícias e informações espalhadas pelas
redes sociais e pela web. Sugestões podem
ser enviadas pelo VC no G1, pelo Fale Conosco
ou pelo Whatsapp/Viber, no
telefone (11) 94200-4444, com a hashtag #eounaoe
caso prefira, a hashtag pode ser enviada logo
após a mensagem também!)
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