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Ex-presidente da OAS diz a Moro que Lula o orientou a destruir provas

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José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, 
ex-presidente da OAS, disse em depoimento
 ao juiz Sérgio Moro, nesta quinta-feira (20),
 que foi orientado pelo ex-presidente da 
República Luiz Inácio Lula da Silva a 
destruir provas que pudessem incriminá-lo
 na Operação Lava Jato.
Pinheiro e Lula são réus na ação penal que
 envolve um triplex em Guarujá, no litoral de 
São Paulo. De acordo com a força-tarefa da
 Lava Jato, três contratos da OAS com a 
Petrobras originaram propina ao ex-presidente. 
Essa vantagem indevida teria ocorrido por meio
 da reserva e reforma do triplex e do custeio do
 armazenamento dos bens do ex-presidente.
"Eu tive um encontro com o ex-presidente, em
 junho, tenho isso anotado na minha agenda, 
são vários encontros, onde o presidente 
textualmente me fez a seguinte pergunta [Lula]:
 'Léo, o senhor fez algum pagamento a João 
Vaccari no exterior?' Eu [Léo] disse: ‘Não, 
presidente, nunca fiz pagamento a essas 
contas que nós temos com Vaccari no 
exterior’. [Lula]: ‘Como você está procedendo
 os pagamentos para o PT?’. 'Através do
João Vaccari.
[Léo] Estou fazendo os pagamentos através
de orientações do Vaccari de caixa 2, de doações
 diversas que nós fizemos a diretórios e tal'. [Lula]:
 'Você tem algum registro de algum encontro de
 contas feitas com João Vaccari com vocês? 
Se tiver, destrua'”.

Triplex= Léo Pinheiro afirmou que, quando

 houve a divulgação de que o triplex pertenceria

 a Lula, ele procurou João Vaccari Neto e, 

depois, Paulo Okamoto para saber como 

proceder, uma vez que o triplex estava em

 nome da OAS.

“A orientação que foi me passada naquela
 época foi ‘toque o assunto do mesmo jeito
 que você vinha conduzindo. O apartamento
 não pode ser comercializado, o apartamento
 continua em nome da OAS, e, depois, 
a gente vai ver como fazer a transferência
 ou o que for’”. De acordo com Pinheiro, 
assim foi feito.
Segundo o empresário, a cota pertencente
 a Lula e a Dona Marisa era de um 
apartamento típico do edifício Solaris 
(a unidade 141), e não de um triplex 
(a unidade 164). A diferença de preço 
entre o imóvel adquirido pela família do
 ex-presidente e o triplex ficava em torno
 de R$ 750 mil e R$ 800 mil. Essa diferença,
 segundo o réu, foi abativa no encontro de
 contas com João Vaccari.
"Eu fui orientado que esse apartamento 
eu poderia negociá-lo, porque o apartamento
 da família seria o triplex". Essa orientação,
 ainda de acordo com Léo Pinheiro, partiu 
de Vaccari e de Okamoto.
Pinheiro disse que o triplex tinha área três
 vezes maior do que a dos demais 
apartamentos e que valor era duas vezes
 e meia maior. Ainda segundo o réu, em 
momento algum foi falado que o presidente
 pagaria a diferença de preço.
Pinheiro também disse que o triplex em 
Guarujá nunca foi colocado à venda pela 
OAS. "Eu tinha uma orientação para não
 colocar à venda, que pertenceria à família
 do ex-presidente".
Pinheiro contou que encontrou Lula no fim
 de 2013, na sede do Instituto Lula, devido
 ao estágio da obra do Solaris, para saber
 como proceder. "Se havia alguma pretensão
 da família de fazer alguma modificação, de
 como proceder na questão da titularidade 
e tal. O presidente disse: eu vou ver com a
 família e lhe retorno", detalhou.
Já no início de 2014, Léo Pinheiro voltou
 a encontrar Lula no instituto, onde foi 
solicitada uma visita ao apartamento.
Segundo o réu, participaram da visita ele, 
o presidente Lula, a ex-primeira-dama 
Marisa Letícia, Fabio Yonamine ex-presidente
 da OAS Empreendimentos, o diretor 
regional da OAS Empreendimentos 
Roberto Ferreira, um gerente da área 
imobiliária chamado Igor e outra pessoa
 da qual ele não se recorda o nome.
No primeiro andar do triplex, dona Marisa
teria feito um comentário dizendo que seria
necessário mais um quarto naquele piso,
 por uma questão de logística familiar. 
Também foram mencionadas modificações
 parar melhorar o aproveitamento do 
espaço da cozinha, conforme Pinheiro.
O acusado também disse que ficaram 
definidas alterações na escada e, 
posteriormente, também foi colocado 
um elevador. "No andar intermediário 
tinha algumas mudanças pontuais 
indicadas pela esposa do presidente, 
e na cobertura propriamente dita eles 
ficaram preocupados com a questão
 da privacidade", disse.
Entre as alterações realizadas, segundo
 relato de Pinheiro, foi deslocada a posição
 da piscina, foi feito um novo deck, foram 
modificados os acessos por causa dos 
netos, foi solicitada uma churrasqueira,
 uma sauna e uma série de modificações.
Segundo Pinheiro, a reforma do triplex 
custou mais de R$ 1,1 milhão. 
Aproximadamente R$ 800 mil foram 
destinados a uma empresa que fez as
 obras e o restante para compra de 
equipamentos adquiridos pela própria OAS.
Léo Pinheiro relatou uma nova visita ao triplex,
entre julho e agosto de 2014, da qual Lula 
não participou devido ao período eleitoral.
 Por isso, apenas dona Marisa e um dos 
filhos do casal foram até o apartamento. 
Durante a visita, a ex-primeira-dama fez 
um pedido, segundo o réu.
"Dona Marisa me fez um pedido, disse:
 'Olha, nós gostaríamos de passar as 
festas de fim de ano aqui no apartamento.
 Teria condições de estar pronto?' Eu disse
 que pode ficar certa que antes disso nós
 vamos entregar tudo pronto'. Foi o que
 ocorreu".
"Era um projeto personalizado. Nenhum
 outro triplex - eram oito nos dois prédios,
 quatro em cada um - teria aquelas 
especificações, nem aquele espaço 
que foi criado um quarto a mais, mudanças
 em torno", contou. Depois, o ex-presidente
 e Dona Marisa visitaram as áreas comuns
do prédio.
Pinheiro também disse que "teria um belo
 problema" se Lula não aceitasse o triplex.
 "Os investimentos feitos no apartamento 
não eram para um apartamento decorado. 
Era para um apartamento específico para
 uma família. Com todo respeito à figura 
do ex-presidente, o apartamento é um 
apartamento personalidado, não decorado.
 Foi feito para uma família morar. Se o 
presidente não quisesse, nós teríamos 
um belo problema do que fazer com o
 apartamento, porque ele era 
personalizado".

Centro de custo 'Zeca Pagodinho'= O juiz Sérgio

 Moro pediu para Léo Pinheiro contextualizar

 uma conversa por e-mail entre o réu e alguns

 executivos da OAS.

Léo Pinheiro esclareceu que os e-mails
 tratavam dos projetos do sítio de Atibaia
 e do apartamento triplex em Guarujá. Ele
 explicou que qualquer despesa tinha que
 ser lançada em um centro de custo. No 
caso do triplex, as despesas eram lançadas
 no empreendimento Solaris.
"Mas tinha que ter um centro de custo, 
por isso o nome Zeca Pagodinho que se
 refere a um apelido que se tinha do
presidente, que a gente tem nas
mensagens.... de 'Brahma'".
Pinheiro afirmou que o ex-presidente
 Lula era chamado de "Brahma" em 
alusão a uma propaganda, que dizia 
que Brahma era a número 1. O uso 
de apelidos era uma prática para não
 expor figuras públicas, explicou o empresário.
O que nós vimos hoje aqui foi uma encenação,
uma mentira contada pelo senhor Léo 
Pinheiro, que está negociando uma 
delação premiada. Mas a declaração
 dele jamais vai se sobrepor ao 
depoimento prestado por 73 testemunhas
 e diversos documentos que estão no 
processo e que demonstram de uma 
forma cabal que o apartamento não 
é do ex-presidente Lula e que ele não
 teve qualquer participação em
 ilícitos da Petrobras
A declaração do Léo Pinheiro é uma
 mentira. Ele não tem como provar e
 é uma mera declaração de uma 
pessoa que negociou uma versão
 com o Ministério Público.
Ele [Léo] disse que entregou o 
apartamento, mas até hoje o 
ex-presidente não teve a chave,
 ou seja, é uma declaração 
incompatível com a realidade 
dos fatos. Até porque a própria OAS
 deu este imóvel em garantia em 
diversas operações financeiras e 
declarou no processo de recuperação
 judicial que este imóvel pertence a ela
 e não ao ex-presidente Lula.
Então, essas declarações, como eu disse,
 são absolutamente incompatíveis com
 os diversos depoimentos que foram 
prestados. Foram 73 testemunhas 
ouvidas e com documentos da própria
 OAS na qual afirma que é proprietária 
desse imóvel. O importante é que no 
dia 3 [de maio, quando está marcado
 interrogatório de Lula] o ex-presidente
 estará aqui e mostrará a verdade dos fatos".
Cristiano Zanin, advogado do ex-presidente Lula

O que diz o Instituto Lula= "O depoimento

 de Léo Pinheiro, como a própria imprensa

 noticiou, foi feita em meio a um processo

 de negociação de delação premiada, que

 está sendo negociada com os procuradores

 desse caso. Também foi exigido dele que

 incriminasse o ex-presidente, segundo 

reportagem da Folha de S. Paulo. A 

afirmação é desprovida de provas e 

faz ilações sobre supostos acontecimentos

 de três anos atrás que jamais ocorreram.

 Ela foi feita por alguém que busca 

benefícios penais".

A denúncia= A denúncia foi aceita em 

setembro do ano passado e abrange

 três contratos da OAS com a Petrobras.

 De acordo com a acusação, R$ 3,7 milhões

 em propinas foram pagos a Lula. Para 

os procuradores do Ministério Público 

Federal (MPF), a propina se deu por

 meio da reserva e reforma do 

apartamento triplex, em Guarujá,

e do custeio do armazenamento 

de seus bens.

Lula responde por corrupção passiva
 e lavagem de dinheiro nesta ação 
penal. Ele também é réu em outro 
que envolve a compra de um 
terreno para a construção da nova 
sede do Instituto Lula e um imóvel 
vizinho ao apartamento do ex-presidente,
 em São Bernardo do Campo.




Fonte: G1



























































































































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