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Rival do Uber tem maior número de downloads na BA e quer elo com táxis

Yet go Salvador, |Bahia (Foto: Alan Tiago Alves / G1)O aplicativo de mobilidade urbana Yet Go, que chega ao mercado brasileiro como principal rival do Uber, tem até agora o maior número de downloads do país em Salvador e, além de oferecer taxas menores pela utilização do serviço, quer promover uma parceria com taxistas para desbancar o concorrente americano.
O app, criado em agosto de 2016 e já presente em 50 cidades do país, foi lançado no dia 15 de janeiro na capital baiana. Somente em Salvador, já foram contabilizados 27.800 downloads até a noite de quinta-feira (19), quando foi realizado o último balanço da empresa. Em todo o país, quase 60 mil pessoas já baixaram o aplicativo, que tem 18 mil condutores cadastrados. A ferramenta está disponível para aparelhos Android e IOS.
Novo aplicativo promete preços mais baratos que Uber (Foto: Danutta Rodrigues/G1)Novo aplicativo promete preços mais baratos que
Uber (Foto: Danutta Rodrigues/G1)
Além de carros executivos e comuns, o app permite que os usuários façam viagens de mototáxis ou mesmo com táxis. Em Salvador, 2.340 condutores se cadastraram para prestar o serviço, mas, até agora, somente 1.450 foram aprovados.
Das solicitações até agora aprovadas, 10% são de condutores de motos, 30% de condutores de carros de luxo e 60% de condutores de carros comuns.
Para quem quiser se cadastrar como motorista do Yet Go, os veículos precisam ser fabricados a partir de 2010 (carro ou motocicleta) e estar em bom estado. No caso dos carros, precisam ter ar-condicionado, sejam eles de luxo ou comuns.
O período para análise da inclusão no aplicativo leva de dois a três dias. Os motoristas dos carros de luxo ficam com 80% de toda a corrida, 20% do valor vai para a empresa. Já no caso dos carros comuns, os motoristas ficam com 75% e 25% do preço é do aplicativo. Dos mototaxistas é cobrado apenas R$ 1.
A empresa informou que, até a quinta-feira, nenhum taxista ainda tinha se cadastrado no aplicativo para prestar o serviço na capital baiana. A empresa informou que o restante dos condutores ainda não aprovados aguarda resolução de pendências com documentações.
Vantagens= Natural da cidade de Irecê, na região centro-norte da Bahia, Jailson Ferreira, um dos diretores do Yet Go, diz que o aplicativo oferece várias vantagens em comparação com o Uber. "Chegamos ao mercado realmente como rivais do Uber, como uma empresa totalmente brasileira que quer desbancar o concorrente. A gente veio para a 'briga'", destacou.
O diretor afirma que quem optar pelo Yet Go pode encontrar preços 10% mais baratos que o Uber, que opera na capital baiana desde abril de 2016. Com relação ao preço cobrado pelos táxis, segundo Ferreira, o Yet Go pode ser de 40% a até 70% mais em conta. Um dia por mês, o aplicativo irá informar ao usuário que qualquer corrida vai custar R$ 10, independentemente da distância, horário e de quantos percursos ele irá fazer. Ainda segundo Jailson, passageiros e motoristas que indicarem outros usuários e condutores irão ganhar bônus.
Além disso, ele afirma que o aplicativo não tem tarifa dinâmica e nem taxa de cancelamento de viagem, como ocorre com o Uber. O valor da passagem é calculado apenas com base na tarifa de R$ 1,70 por quilômetro rodado.
"Ao contrário do Uber, o Yet Go não cobra pelo tempo em que o motorista estiver parado em um engarrafamento, por exemplo. O passageiro só deve pagar pelo quilômetro rodado. Isso é uma regra nossa", diz.
Elo com táxis= Ferreira destacou que a capital baiana ainda não tem taxistas cadastrados porque os condutores ainda estão "tímidos" e que funcionários do Yet Go querem conversar pessoalmente com as cooperativas para criar um "elo".
"Aqui [em Salvador], ainda não temos nenhum cadastrado por enquanto. Eles [os taxistas] ainda estão meio tímidos por enquanto, mas a nossa ideia é chamá-los e chamar as cooperativas. Eles estão perdendo mercado há algum tempo e queremos fazer uma parceria, queremos chamar o taxista para dentro do aplicativo", destacou.
O diretor do YetGo também disse que a empresa pretende conversar com a prefeitura, que em junho de 2016 sancionou uma lei que proíbe que veículos particulares façam o transporte remunerado de pessoas na capital baiana. O serviço de transporte urbano particular por aplicativo Uber, que desde que começou na operar é considerado como clandestino pela prefeitura e criticado por taxistas, está entre os afetados pela norma. O Uber declarou, à época, que a lei sancionada é inconstitucional e manteve as atividades na capital baiana.
Diretor do Sindicato dos Taxistas de Salvador, Antônio Cruz afirma que a categoria ainda não foi procurada pelos dirigentes do aplicativo e ressaltou que o posicionamento inicial é contrário à chegada da ferramenta. “Acho difícil acontecer [um acordo], porque se estamos brigando contra um aplicativo criminoso [o Uber], como vamos dar apoio a chegada de outro? O prefeito está nos apoiando e vamos dar um apoio a aplicativo considerado clandestino? Não vamos”, destacou.
G1 entrou em contato com a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob), mas até a publicação desta reportagem, não obteve um posicionamento sobre a chegada do aplicativo e as estratégias de tentativa de inserção de taxistas.
Conforme a lei sancionada pela prefeitura, são considerados particulares todos os veículos que não constem no cadastro municipal com autorização, permissão ou concessão pública para promover o transporte de pessoas, como também é o caso do Yet Go. Além de citar a proibição, a lei prevê multa de R$ 2,5  mil no primeiro flagrante de infração e R$ 5 mil em caso de reincidência. Os condutores também podem ter os veículos apreendidos e mantidos em estacionamento público, onde a permanência será custeada pelo proprietário do veículo.
O diretor do Yet Go afirmou, no entanto, que a empresa pretende pagar impostos e ter a situação regularizada. "Além de conversar com as cooperativas de táxis, vamos dialogar com a prefeitura. Sabemos que essa lei foi sancionada, mas toda regra tem sua exceção. Vamos sentar, conversar e regulamentar o imposto. Queremos pagar impostos e mostrar que não somos como os americanos, somos brasileiros", disse Ferreira.


Fonte: G1

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