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Médico autor de 'Tempo de despertar', morre aos 82 anos

O professor de neurologia da Universidade de Columbia, Oliver Sacks (Foto: Luigi Novi/Wikicommons)O neurologista e escritor best-seller britânico Oliver Sacks morreu aos 82 anos neste domingo (30), vítima de câncer, informa o  jornal "The New York Times". O autor de livros de sucesso como "Tempo de despertar" (1973), "O homem que confundiu sua mulher com um chapéu" (1985) e "Um atropólogo em Marte" (1995) estava em sua casa, em Nova York.
Em "Tempo de despertar", Sacks faz um relato autobiográfico em que conta sua experiência com pacientes que sofrem de uma condição chamada encefalite letárgica. Narra também como, a partir da administração de um remédio de uso controverso, chamado levodopa, os doentes conseguira sair, pelo menos brevemente, de seus estados catatônicos.
A história foi adaptada em um filme homônimo em 1990, protagonizado por Robin Williams, no papel do médico, e Robert De Niro, no papel de um paciente. O lnoga teve três indicações ao Oscar.
Em "O homem que confundiu sua mulher com um chapéu", Sacks contou histórias de casos de várias condições neurológicas raras. Em outros livros explorou a surdez, o daltonismo e as alucinações.

Autobiografia= Em abril deste ano, Oliver Sacks lançou sua autobiografia, publicada no Brasil em julho com o título "Sempre em movimento" (Companhia das Letras). Em suas memórias, o autor e neurocientista Sacks fala de sua carreira como médico e também sobre a homossexualidade e seu envolvimento com drogas.
Em fevereiro, Sacks havia revelado seu estado terminal em um artigo publicado na seção de opinião do jornal americano "The New York Times". "Há um mês pensava que estava bem de saúde, inclusive muito bem", escreveu na época. "Mas a minha sorte acabou. Umas semanas atrás soube que tenho várias metástases no fígado."

No texto publicado em fevereiro, contou que havia sido diagnosticado e tratado há nove anos por um raro melanoma que o deixou cego de um dos olhos, mas que recentemente tornou-se parte do "desafortunado 2%" dos pacientes nos quais esse tipo particular de câncer se expande.
Sinto-me grato por ter tido nove anos de boa saúde e produtividade desde o diagnóstico original, mas agora estou de cara com a morte. Depende de mim escolher como quero viver os meses que me restam. Tenho que viver da maneira mais rica, profunda e produtiva que puder"
Oliver Sacks
"Sinto-me grato por ter tido nove anos de boa saúde e produtividade desde o diagnóstico original, mas agora estou de cara com a morte", escreveu.
"Agora depende de mim escolher como quero viver os meses que me restam. Tenho que viver da maneira mais rica, profunda e produtiva que puder".
Este ano, o "New York Times" descreveu Sacks como "o aclamado poeta da medicina moderna". Seus livros foram traduzidos para 25 idiomas.
"Escrevi, viajei, pensei e escrevi. Eu me vinculei com o especial mundo dos leitores e dos escritores", escreveu em seu ensaio. Também disse que havia publicado cinco livros desde que completou 65 anos.
"Tenho outros livros quase terminados", dizia o texto disponível no site do "New York Times".
Também disse que, durante o tempo que ficasse na Terra, não veria notícias nem prestaria mais atenção nas polêmicas politícas ou no calendário climático.
"Isto não é indiferença, mas desapego. O Oriente Médio continua importando muito para mim, o aquecimento, a crescente desigualdades, mas estes já não são mais meus problemas. Pertencem ao futuro."


Fonte: G1

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