É fato que a presidente Dilma herdou ministros corruptos e
funcionários federais, inclusive a chefe de seu gabinete em São Paulo, Rosemary
Noronha, que estavam envolvidos numa quadrilha que vendia favores em cargos
elevados da República. É fato também que a Polícia Federal e o Ministério
Público desmontaram a gatunagem que negociava facilidades, e tudo teria,
supõe-se, sido herança do governo Lula, da qual ela, Dilma, é criatura. Assim
posto, com tal concepção, o governo Lula foi um dos mais corruptos da República
como demonstra o mensalão, que o Supremo Federal condena e que ele, Lula, dizia
de nada saber, pediu desculpas ao País pelo acontecido e mais recentemente
disse que tudo era uma farsa. O governo Lula passou. Pode até voltar, nunca se
sabe, mas caberia à presidente Dilma Rousseff antes de nomear ministros
bandidos e assessores gatunos investigá-los. Ou, talvez, não fosse sequer
necessário porque, como Chefe da Casa Civil, enquanto o presidente fazia
política, ela tocava a gestão e a conhecia pelo avesso, o que supõe que também
não desconhecesse que herdara ministros complicados e funcionários do alto
escalão no mínimo problemáticos, para não repetir a palavra gatuno, vendedores
de facilidades. O PF e o MP trabalham corretamente. A ABIN, que deveria cuidar
da segurança e funcionar como órgão de informação da Presidência, desapareceu
do noticiário, depois da denúncia de que acolhia muitos arapongas. É certo,
ainda, que em função da Polícia Federal e do Ministério Público negociatas são
postas a nu na República. Mas, e daí? A cada operação, a cada revelação da
podridão republicana Lula se cala e, mais adiante, ele está ao lado de Dilma.
Ela reconhece a herança e ele sabe o que legou. É preciso saber até que ponto
esse tipo de jogo estranho continuará. Enquanto isso, aguardam-se novos
escândalos com o carimbo republicano no melhor estilo.
Fonte: Holofote
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