A Bahia ocupa o segundo lugar entre os estados
brasileiros com maior número de crianças
trabalhando, segundo dados da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD),
do IBGE, referentes a 2015. O levantamento
aponta que, desde 2002, quando a Bahia liderava
o ranking, houve uma redução de 74,4% do
trabalho infantil, no entanto 71,7 mil crianças
seguem trabalhando no estado.
O recorde da pesquisa foi divulgado nesta
segunda-feira (12), Dia Mundial de Combate
ao Trabalho Infantil. A data simbólica foi
lançada em 2002 pela Organização Internacional
do Trabalho (OIT), para chamar a atenção para
esse que é considerado pelo órgão um
"problema mundial".
Na faixa etária de 5 a 14 anos, o trabalho é
proibido por lei. O estado, atualmente, fica
atrás apenas de Minas Gerais, que tem
93.015 crianças trabalhando
Conforme a pesquisa, em 2002, a Bahia era o
estado brasileiro com maior número de
crianças de 5 a 14 anos trabalhando:
279.974 e que, até 2015, quando foi realizado
o último levantamento, a redução foi
considerada "expressiva".
Outros estados nordestinos, no entanto,
como Alagoas (-85,4%) e Ceará (-91,6%)
registraram reduções mais significativas do
trabalho infantil. Conforme o IBGE, a Bahia
teve apenas a 11ª maior redução no trabalho
infantil, dentre os 27 estados brasileiros.
No Brasil como um todo, ainda de acordo
com o levantamento, a redução do trabalho
infantil também foi expressiva: de 2002 para
2015, o contingente de crianças de 5 a 14 anos
trabalhando caiu 70,8%, passando de 2,2 milhões
para cerca de 639 mil. O percentual de crianças
trabalhando também recuou de 6.5% para 2,1%
nesse período.
Trabalho masculino e agrícola= O trabalho infantil na
Bahia, assim como no Brasil como um todo, é
predominantemente masculino e agrícola.
Praticamente 7 em cada 10 crianças que trabalham
no estado são meninos (69,7%), proporção muito
próxima à média nacional (70,9%). E quase 2 a cada
3 crianças baianas ocupadas trabalham em
atividades agrícolas (62,1%, frente a uma média
nacional de 56,5%).
Na Bahia, a predominância do trabalho no campo é
um pouco mais marcante entre os meninos.
Dos 50.052 que trabalhavam em 2015, 31.689 (63,3%)
estavam em atividades agrícolas. Já entre as 21.721
meninas baianas que trabalhavam, a participação das
atividades agrícolas, embora ainda majoritária, era
levemente menor: 59,3%.
Quando trabalham em outras atividades, que não sejam
agrícolas, os meninos predominam no comércio e
reparação (7.167 dos cerca de 50 mil que trabalham
ou 14,3%) e nas atividades de alojamento e
alimentação (3.806) enquanto as meninas estão
bastante concentradas no serviço
doméstico (3.917 ou 18,0% das que trabalham), vindo
em seguida os outros serviços coletivos, sociais
e pessoais (1.904).
Escola=Entre as crianças de 5 a 14 anos de idade que
trabalham, a frequência à escola é ligeiramente menor
que a média geral nessa mesma faixa etária.
Em 2015, tanto na Bahia quanto no Brasil, 98,0% do
total de crianças de 5 a 14 anos estavam na escola.
Entre as que trabalhavam, esse percentual, embora
se mantivesse elevado, caía para 96,0% no país
e 93,0% no estado.
Isso significa que, apesar de o trabalho nessa faixa
etária ser ilegal, cerca de 26 mil crianças brasileiras
e 5 mil crianças baianas de 5 a 14 anos apenas
trabalhavam, e não frequentavam o sistema escolar.
Fonte: G1
0 Comentários