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Empresário critica tratamento dado pelos governos federal e estadual ao turismo

Trading: Empresário critica tratamento dado pelos governos federal e estadual ao turismoEm carta aberta distribuída a imprensa e a empresários do trade turístico, o presidente da Federação Bahiana de Hospedagem e Alimentação, Silvio Pessoa, afirmou que a Secretaria do Turismo da Bahia e os órgãos federais voltados para o fomento do setor são tratados como moedas de troca para arranjos políticos. Sobre a situação da Bahia, pessoa se coloca contra mais uma mudança no comando da Setur, que estaria sendo negociada para a manutenção do PR na base do governo de Rui Costa (PT). “A incompreensão dos atuais governantes quanto à natureza estratégica do turismo como atividade econômica do Estado fica, mais uma vez, evidenciada pela utilização da Secretaria de Turismo como moeda de troca política. Independentemente do valor, das aptidões e da qualificação do novo secretário, o fato é que a pasta terá trocado de titular pela terceira vez em dois anos e meio”, disse. Silvio Pessoa também criticou o rebaixamento institucional da Bahiatursa. “Lamentavelmente quase todas as conquistas de um setor que ensinou o Brasil e o mundo a fazer promoção e o marketing de um Estado se perderam nos dias atuais. Não se fez a manutenção preventiva e corretiva do Centro de Convenções; cessaram-se os esforços para atração de voos internacionais depois da perda de todas as frequências da América Airlines; suspendeu-se a realização do Salão Baiano de Turismo; não se renovou o contrato para a realização da Stock Car; não se desenvolveram mais ações promocionais do destino Bahia para o São João, Carnaval e outros eventos; atrasou-se a requalificação da Baia de Todos-os-Santos e transformou-se a Bahiatursa em mera realizadora de eventos que nada tem acrescentado ao turismo”. O presidente da Febha afirmou ainda que “o pouco que se tem feito pelo Setor no que se refere à promoção é a parceria do Salvador Destination com a Prefeitura que vem possibilitando algumas ações importantes com a Air Europa, por exemplo”. 

Veja a carta na íntegra


Carta aberta da Federação Bahiana de Hospedagem e Alimentação

Turismo: A cegueira estratégica Estadual e Federal*
 
A incompreensão dos atuais governantes quanto à natureza estratégica do turismo como atividade econômica do Estado fica, mais uma vez, evidenciada pela utilização da Secretaria de Turismo como moeda de troca política. Independentemente do valor, das aptidões e da qualificação do novo secretário, o fato é que a SETUR terá trocado de titular pela terceira vez em dois anos e meio.

No Governo Federal de 2003 até agora, o escambo foi maior, alguns bem folclóricos: onze ministros passaram no Turismo, muitos sem o mínimo conhecimento do que estavam fazendo na pasta. Na Embratur também não é diferente, pois tem um baixíssimo orçamento para fazer a divulgação internacional: somente US$ 17 milhões, enquanto a Argentina tem US$ 60 milhões, o México US$ 470 milhões, Equador US$ 98 milhões e Panamá US$ 80 milhões. Uma atividade que representa mais 5,7% do PIB baiano, movimentando cerca de R$ 8 bilhões, gerando mais de 950 mil empregos (entre diretos e indiretos) em hotéis, bares, restaurantes, transporte, operadoras e agências de viagens, e que no entanto dispõe apenas de 0,5% (meio por cento) do orçamento do Estado.

Lamentavelmente, quase todas as conquistas de um setor que ensinou o Brasil e o mundo a fazer promoção e o marketing de um Estado se perderam nos dias atuais. Não se fez a manutenção preventiva e corretiva do Centro de Convenções, prejudicando a captação de Congressos, Convenções e Eventos. Ao contrário, o que se viu foi o Centro de Convenções ser fechado e com sua reabertura sempre adiada. Cessaram-se os esforços para atração de voos internacionais depois da perda de todas as frequências da América Airlines; suspendeu-se a realização do Salão Baiano de Turismo; não se renovou o contrato para a realização da STOCK CAR; não se desenvolveram mais ações promocionais do destino Bahia para o São João, Carnaval e outros eventos; atrasou-se a requalificação da Baia de Todos-os-Santos e transformou-se a Bahiatursa em mera realizadora de eventos que nada tem acrescentado ao turismo.

Com relação aos voos internacionais e ao turismo de Salvador, ainda bem que temos a parceria do Salvador Destination com a Prefeitura que vem possibilitando algumas ações importantes com a Air Europa, por exemplo. A ausência de campanhas para público final nos mercados emissores nacionais e internacionais, a eliminação de eventos promocionais, o rebaixamento institucional e finalístico da BAHITURSA e o desinvestimento em qualificação profissional, nos levaram ao sombrio cenário do turismo na Bahia, sobretudo na capital do Estado. Chegamos ao absurdo de termos hotéis com 9% de ocupação no mês de junho, sendo que a ocupação média foi de 40% no período, a mais baixa dos últimos 30 anos.

O turismo que já foi um fator anti-crise, ao invés de ter a sua importância reconhecida e maiores investimentos, só registrou perdas nos últimos 50 meses. Chegou a hora do Trade unir-se, parar com os "rapapés" e "beija mãos" e exigir que se dê a importância devida para uma atividade que interage com mais de 50 setores da economia. Estamos em época de eleição e devemos escolher quem tenha comprometimento com nossa atividade. O turismo é uma das melhores saídas para a crise. É o setor da economia que consegue responder mais rápido e que pode gerar emprego num curtíssimo prazo. Infelizmente o que se vê é uma cegueira estratégica no Setor.

Sílvio Pessoa





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