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No 3º dia do júri, sogros confessam ter matado alemã Jennifer Kloker

Na manhã desta quarta-feira (12), Ferdinando Tonelli e Delma Freire confessaram ter matado a nora, a turista alemã Jennifer Kloker, em fevereiro de 2010. Este é o terceiro dia de julgamento do caso, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife. Eles e outros três réus são acusados do crime. Delma Freire, acusada de ser a mandante, contou detalhes à juíza Marinês Marques Viana. "Fiz tudo isso por amor ao meu filho e à minha família. Eu não ia falar nada disso, mas não ia conseguir dormir. Queria pedir desculpas à sociedade pela mentirosa que eu sou. Hoje em dia não agiria assim", afirmou Delma. Ferdinando Tonelli havia confessado envolvimento no crime pouco tempo antes, em seu terceiro depoimento.
 Jennifer, 22 anos, foi morta a tiros em fevereiro de 2010, em São Lourenço da Mata. Além de Ferdinando e Delma, respondem pelo assassinato Pablo Richardson Tonelli, marido de Jennifer; Alexsandro Neves dos Santos, que teria efetuado os disparos; e Dinarte Dantas de Medeiros, irmão de Delma. Logo no início da sessão, na segunda-feira (10), foi suspenso o julgamento de Alexsandro Neves dos Santos, porque o advogado que o defendia ficou doente. O júri dele foi remarcado para o dia 27 de fevereiro de 2013.
 Segundo Delma Freire, tanto Pablo quanto Ferdinando sabiam que Jennifer ia ser morta.  Ela contou no júri que, no dia do crime, tinha combinado com Alexsandro e Dinarte de parar o carro na estrada para urinar. Nessa hora, segundo a versão de Delma, Alexsandro entrou no carro, todos saltaram, Jennifer abraçou Pablo, mas foi segurada por Alexsandro, que atirou na alemã. “Alexsandro me afirmou que Dinarte estava na área, de olho em tudo”, disse Delma.
 Delma Freire disse que o neto, filho de Jennifer e Pablo, à época com dois anos, estava no colo dela na hora do crime e conta que ouviu dois tiros. “A gente pediu ajuda de um caminhão fingindo que tinha sido assaltado. “Foi muito difícil pra mim fingir durante todo esse tempo e até mentir para a sociedade que tinha sido um assalto”, disse ela à juíza.
 De acordo com advogado de Delma, José Carlos Penha, o crime aconteceu no Brasil porque a família já estava de viagem marcada. “Ela me disse que tinha apenas apresentado Dinarte a Pablo e Ferdinando, que eles teriam planejado tudo. Eu me sinto um pouco enganado”, protestou.
Ferdinando disse que o crime foi cometido porque a jovem alemã era "muito cruel" com a criança e com a família. "Foi por amor ao meu neto", afirmou.
 O terceiro dia de julgamento do caso Jennifer Kloker, esta quarta-feira (12), começou com uma hora de atraso. É o dia dos debates e os promotores André Rabelo e Ana Cláudia Walmsley teriam até quatro horas para expor argumentos e evidências para convencer os jurados da culpa dos réus. Na sequência, os advogados fariam a defesa dos suspeitos, com direito a uma hora e meia para cada um deles. Na segunda-feira (10), o Conselho de Sentença foi formado e as testemunhas de acusação prestaram depoimento. Na terça-feira (11), os quatro réus foram ouvidos .
Próximos passos
Seis mulheres e um homem formam o Conselho de Sentença, que vai decidir o destino desses quatro acusados. Após os debates desta quarta, o júri entra na fase da réplica e da tréplica, com duração prevista de duas horas para cada parte.
Depois, os jurados são levados para uma sala isolada, para decidir pela condenação ou absolvição dos réus - em maioria simples e caráter sigiloso. Caso sejam condenados, a juíza é quem define a duração da pena
O caso
Jennifer Kloker foi morta com dois tiros, em 16 de fevereiro de 2010. O corpo dela foi achado no dia seguinte, às margens da BR-408, em São Lourenço da Mata, próximo ao Terminal Integrado de Passageiros (TIP). A previsão é que o julgamento se estenda até quinta-feira (13).
Os Tonelli disseram à polícia terem sido vítimas de latrocínio - assalto seguido de morte - logo no começo do inquérito policial. Com o desenrolar das investigações, os policiais descobriram que Jennifer tinha um seguro de vida e concluíram que a morte foi tramada pela família.
Os acusados foram indiciados pela Polícia Civil por formação de quadrilha e homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e uso de recurso que tornou impossível a defesa da vítima). O grau de parentesco e a convivência entre Kloker e três acusados (Pablo, Delma e Ferdinando) são considerados circunstâncias agravantes.
Fonte: G1

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