O Ministério da Educação publicou na edição desta
terça-feira (29) do "Diário Oficial da União", a relação dos cursos
universitários que terão seus vestibulares suspensos por terem obtido índice
insatisfatório (nota menor de 3) no Conceito Preliminar de Curso (CPC) nas
últimas medições realizadas, em 2008 e 2011.
A lista tem 200 cursos, apesar de na segunda-feira (18) o
MEC ter anunciado se tratar de 207 cursos. Segundo o MEC, os outros sete cursos
seriam da Universidade São Marcos, de São Paulo, que já foram descredenciados
em março e por isso não aparecerem na lista. Ao todo, o ingresso para 38.794
vagas estará suspenso.
A lista com os nomes das instituições e dos cursos com
problemas e está dividida em duas partes. A primeira tem cursos que
apresentaram tendência negativa, ou seja, já tinham tido desempenho ruim e não
evoluíram ou regrediram ainda mais em 2012. Nestes casos, as instituições não
poderão realizaram novos processos seletivos para estes cursos em 2013, mesmo
que cumpram as exigências estabelecidas no protocolo de compromisso.
Outras instituições apresentaram tendência positiva, e
apesar de ainda terem desempenho insuficiente tiveram evoluções. Estas, se
resolverem as pendências detectadas pelo Ministério da Educação e forem bem
avaliadas pela comissão que fará relatórios bimestrais sobre as melhorias,
podem reverter a situação e ter o vestibular autorizado.
Todas as instituições que tiraram nota 1 e 2 serão
convocadas a estabelecer um protocolo de compromisso junto ao MEC e terão de
gerar relatórios a cada dois meses sobre o andamento das mudanças. Elas terão
60 dias para cumprir as exigências relacionadas ao corpo docente, como
contratar novos mestres ou doutores, por exemplo; e 180 dias para se adequar na
questão da infraestrutura, como criação ou reforma de laboratórios ou bibliotecas.
Para o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, as medidas
são duras, porém necessárias. "O Brasil tem um imensa demanda por ensino
superior, o Enem é o retrato do tamanho da demanda que está surgindo. O sistema
cresceu 150% no número de matrículas na última década e precisa continuar
crescendo. O MEC tem todo interesse de aumentar a oferta de cursos e vagas.
Essas medidas vão na direção de continuar estimulando o crescimento. Mas
seremos cada vez mais rigorosos com a qualidade.”
Avaliação
O CPC avalia o rendimento dos alunos, a infraestrutura e o
corpo docente. Na nota do CPC, o desempenho dos estudantes conta 55% do total,
enquanto a infraestrutura representa 15% e o corpo docente, 30%. Na nota dos
docentes, a quantidade de mestres pesa em 15% do total; a dedicação integral,
7,5% e o número de doutores, também 7,5%.
Em 2011, foram avaliados 8.665 cursos, sendo 6.083 do
sistema federal de ensino, das áreas de ciências exatas, licenciaturas e áreas
afins, bem como cursos dos eixos tecnológicos de controle e processos
industriais, informação e comunicação, infraestrutura e produção industrial.
Do total, 4.458 tiveram CPC satisfatório, sendo 1.272
federais e 3.186 particulares. Dos cursos avaliados, 672 tiveram CPC
insatisfatório, sendo 124 federais e 548 particulares. Outros 1.114 cursos
ficaram sem conceito.
Fonte: G1
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