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Amigos e familiares chegam para despedida de Dona Canô na Bahia


A casa de Dona Canô em Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, começou a receber os parentes e amigos mais próximos da matriarca, que morreu nesta terça-feira (25), aos 105 anos, na Bahia.
A família afirmou por volta das 14h30 que Dona Canô morreu de parada cardíaca provocada por uma insuficiência respiratória. A filha Mabel Veloso, muito emocionada, falou brevemente sobre a perda.
Mabel filha de Canô
“É muita tristeza, mas nos ensinou a rezar e agradecer. Lembro até hoje que quando o meu pai morreu, ela perguntou porque eu estava angustiada e disse que a gente tinha que rezar. Estamos muito fortes. Amamos demais a minha mãe, os filhos, netos, amigos, conhecidos, gente do Brasil, do mundo inteiro. Vocês não podem avaliar, é impressionante o amor que ela despertou nas pessoas. O que a gente quer é dizer um muito obrigada a todos que rezaram por minha mãe e a todos que estão chorando agora conosco”, agradeceu a filha.
O professor e apresentador baiano Jorge Portugal foi um dos primeiros a chegar à casa da famíla e se mostrou bastante emocionado com a perda da amiga. "Era minha comadre. Não tem o que falar agora. Na última vez em que estive com ela, na sexta-feira, ela falou: 'Estou indo para o céu'", lamentou.
Filha Maria Clara entra amparada
"Só temos a agradecer. Foram mais de 105 anos de vida. Fica uma saudade eterna, sentida, mas não desesperada, angustiada. Estamos em paz e agradecidos a Deus. Ela queria ir embora do hospital, ela pediu. Disse que queria morrer em Santo Amaro, na casa dela. Não teve dor e isso foi muito bom", disse Maria Clara, 80 anos, filha mais velha de Dona Canô.
A aposentada Nazaré Ferreira, 71 anos, disse que conheceu Dona Canô ainda na infância. As duas se tornaram grandes amigas. No final da manhã, ela esteve na casa da família para se despedir. “Conhecia ela desde criança. Éramos muito próximas. Nós já estávamos esperando, mas a saudade é demais. Ela deixa todos os exemplos de uma pessoa boa, alegre. Tínhamos encontros todo dia 16 para celebrar o aniversário dela [Canô nasceu em 16 de setembro de 1907]. Estive aqui na sexta-feira, quando ela voltou do hospital em Salvador. Ela só olhava pra gente. Evítamos falar porque ela já estava muito cansada e com falta de ar, mas estava lúcida, lúcida. A lembrança que fica para mim é da alegria dela”, comenta a amiga.
Dona Maria Aparecida, 54 anos, é vizinha de Dona Canô e conta que conhecia a centenária há muitos anos. “A maioria das crianças, que hoje estão já com 30, 33 anos, idade das minhas filhas, chamavam ela de vó Canô. Minhas filhas chamavam ela de vó. Ela era uma pessoa do bem, fazia o bem sem propagar. Não é aquela coisa só de ser mãe de Caetano e Bethânia, ela era uma boa pessoa, gostava de ajudar”, afirmou a moradora.

Segundo a família, o velório será realizado até as 18h desta terça-feira, em casa, com acesso apenas dos parentes. Depois disso, o corpo de Dona Canô será levado para o Memorial Caetano Veloso, na Praça da Purificação, onde os moradores poderão se despedir da matriarca. O sepultamento está marcado para 10h de quarta-feira (26), no cemitério de Santo Amaro. Antes, a família vai realizar uma missa de corpo presente na Matriz da Purificação.
Fonte: G1

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