Albert Einstein, Leonardo da Vinci, Pablo Picasso. Você sabe
o que esses gênios da humanidade têm em comum? Todos eles eram portadores de
dislexia, um transtorno de linguagem que compromete a capacidade de ler,
escrever e compreender textos. Por isso, saiba como o problema pode afetar
crianças ainda na escola e como é possível ajudá-los a superar suas
dificuldades.
Quem olha pra Bernardo estudando nem imagina, mas o menino
de 12 anos é portador de dislexia e descobriu o transtorno somente há três
anos. Heloisa Pappalardo Collet, mãe de Bernardo, conta que quando ele estava
na terceira série a escola desconfiou que o atraso dele em termos de leitura e
compreensão de textos não era mais considerada normal. Ele era sempre mais
atrasado que os outros para ler e escrever. A situação foi tão gritante que a
escola a chamou e pediu que fossem à Associação Brasileira de Dislexia (ABD)
para saber se este era o problema do estudante. Após os testes, Bernardo foi
diagnosticado como disléxico severo.
Maria Angela Nogueira Nico, fonoaudióloga da ABD, explica
que o portador de dislexia tem muita dificuldade em fazer a relação da letra
com o som, o que pode ocasionar a troca, omissão e inversão de letras dentro de
uma palavra. Como consequência, há dificuldade para entender o conteúdo do
texto. Pacientes também podem apresentar dificuldade para decorar tabuada,
reconhecer símbolos e conceitos matemáticos e até para aprender outros idiomas.
A dislexia é um problema genético e hereditário, tendo como
causa alterações celulares no cérebro, o que dá origem a um funcionamento
diferente dele. Quem não tem dislexia, utiliza três áreas dele enquanto está
lendo. A primeira faz a identificação das letras. A segunda parte faz com que
entendamos o significado da palavra. Por fim, uma terceira área processa todas
essas informações. Em uma pessoa com dislexia, as duas primeiras áreas são
menos ativas. Em compensação, a parte frontal é obrigada a trabalhar mais e até
o lado direito do cérebro é ativado.
O diagnóstico, segundo Maria Angela, é feito por uma equipe
multidisciplinar e interdisciplinar, contando com a ajuda de neurologistas,
oftalmologistas, fonoaudiologistas, psicólogos e psicopedagogos. E para que
seja diagnosticado o problema, é essencial que a inteligência deste paciente seja
considerada normal, ou, como em grande parte dos casos, acima da média.
É muito importante estabelecer o diagnóstico de dislexia o
quanto antes, para evitar reflexos negativos sobre a autoestima e projetos de
vida futuros. Ainda não se conhece a cura para o problema, mas o tratamento é
bastante eficaz. Especialistas em várias áreas precisam ser acionados para
ajudar o portador a superar suas dificuldades. O apoio da família, é claro, é
indispensável.
Fonte: Uol
Fonte: Uol
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