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Direto do Túnel do tempo, Pablo do "Qual é a Musica", hoje

Desde que foi dado como morto, em 1999, após um jornal paulista publicar em nota que ele havia contraído Aids, o hoje cultuado espanhol Pablo, dublador do programa “Qual é a música?”, de Silvio Santos, tentou por três vezes voltar ao Brasil e acabar de vez com o boato. Mas o artista, que passou 25 anos trabalhando na Europa, passou por uma série de tragédias pessoais que o impediram de retornar.
Primeiro perdeu o pai, que morreu após batalha contra o câncer. Depois, a mãe sucumbiu ao Alzheimer, causando muito sofrimento para toda a família. E para completar, há três anos, foi atropelado em Londres, onde morava, o que lhe rendeu quatro meses andando de muletas e mais seis meses de fisioterapia. No Brasil, Pablo, nascido Augusto Jose Rodriguez Carrascal, continuava mortinho da silva. Segundo ele, o jornal que publicou a informação equivocada não se retratou.
“Depois que descobriram o erro, me entrevistaram por duas horas por telefone, mas a matéria nunca foi publicada. E sempre que eu ligava para a redação tentando saber quando sairia, era maltratado”, diz Pablo, em entrevista ao EGO.
Finalmente de volta ao Brasil, onde chegou pela primeira vez aos 15 anos com a família, Pablo quer voltar a fazer seus shows. Ele se emociona com a receptividade dos brasileiros, mesmo após mais de duas décadas afastado. “Até hoje sou reconhecido na rua, mesmo com óculos, sem maquiagem e cabelos penteados para trás. Tive medo que me ignorassem. Mas o povo brasileiro é puro coração, coisa que não se vê muito na Europa”.
A carreira artística de Pablo começou na noite paulistana, onde se apresentava tanto na “Boca do Luxo como na do Lixo”. “De manhã, trabalhava em banco e à noite fazia shows de dublagem e dança”, conta.
Em uma das apresentações, foi descoberto por Valentino Guzzo (já falecido, conhecido pelo personagem Vovó Mafalda), que o levou para o Show do Gongo, em 1976, onde ganhou o primeiro prêmio, na época polpudos 5 mil cruzeiros.
Também participou do Show de Calouros, onde se apresentou com Gretchen, ambos em início de carreira. “Fizemos uma apresentação de ‘Grease’, onde eu era o John Travolta loiro e a Gretchen era a Olivia Newton-John morena”, lembra. As dublagens coreografadas e o prêmio no Gongo chamaram a atenção de Silvio Santos, que o chamou para sua mais nova atração, o “Qual é a música?”.
“Falar portunhol era meu charme”
A concepção do personagem Pablo – nome em homenagem ao pintor Pablo Picasso -, ficou por conta do próprio Silvio. A maquiagem foi inspirada na banda Kiss, mas em vez das cores pretas usadas pelos roqueiros, Pablo adotou tons coloridos. E como dublava vozes masculinas e femininas, sua aparência era andrógina. As músicas em português também não assustavam o artista, que até hoje fala uma espécie de portunhol.
"Adorava dublar 'Menina Veneno', do Ritchie, e 'Lança Perfume', da Rita Lee. Mas a música que mais me tocava, em que eu me entregava totalmente, era 'Anjo', do Roupa Nova", revela.
Apesar de sua fama ser bastante creditada ao programa de Silvio Santos, Pablo faz questão de citar os outros trabalhos que fez. Lançou dois discos, “Eu te amo” e “Conga Conga Conga”, também em portunhol. “Era meu charme. Apesar de eu não cantar muito bem...” (risos). Participou como ator e coreógrafo de peças de teatro, filmes e outros programas de TV. Também produziu espetáculos e shows de calouros, e orgulha-se de ter dirigido o concurso Miss Brasília 81.
Agora, com 55 anos, Pablo quer continuar no palco. Desde que voltou ao Brasil, emagreceu 15kg e faz planos para possíveis apresentações. “Quero voltar a fazer shows mais adequados à minha idade, com maquiagem mais leve e penteado mais moderno. Ainda danço e trabalho com marionetes”.
No momento, está ansioso pelo reencontro com o mestre Silvio Santos, nesta terça, 13, depois de 25 anos. “Estou nervoso. Ele é a pessoa que mais me ajudou, é meu padrinho artístico”. Será que Silvio, no tão esperado encontro, vai soltar o famoso bordão que consagrou o artista? “Pablo, qual é a música?”.
Fonte: Ego

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