Ticker

6/recent/ticker-posts

Advertisement

Responsive Advertisement

Cacique suspeito de matar camponês em Una se entrega em Brasília

Suspeito de participar do assassinato de um agricultor no município de Una (BA), o cacique Rosilvado Ferreira da Silva, da comunidade indígena Tupinambá Serra do Padeiro, se entregou nesta quinta-feira (24) na sede da Polícia Federal em Brasília. Antes, ele participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre os conflitos entre indígenas e fazendeiros no sul da Bahia.
Segundo o cacique, a decisão de se entregar em Brasília ocorreu porque ele teme ser assassinado se for preso em Una. Rosivaldo teve a prisão temporária decretada pelo juiz da vara criminal do município no dia 20 de fevereiro, por ter supostamente sido o mandante do assassinato do produtor rural Juraci dos Santos Santana, de 44 anos. O agricultor foi morto a tiros por quatro homens no dia 10 de fevereiro.
O cacique nega participação no crime. “Estou me apresentando. Não estou fugindo. A gente tem que enfrentar a guerra. Quero cumprir a prisão em Brasília porque no presídio de Una vão me matar”, afirmou.
Segundo Rosivaldo, o clima na região é de violência e a população está sendo “incitada” a agredir a população indígena. “A situação é de um incentivo constante à  criminalização do povo indígena. Eu não fui intimado nenhuma vez nesse inquérito. Vou me  entregar, mas peço que não façam agressão ao meu povo”, disse.
O coordenador do Programa de Proteção de Defensores de Direitos Humanos, ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, José Carvalho, afirmou que o governo federal está dando apoio ao cacique e criticou a decisão da Justiça de Una de mandar prender Rosivaldo.
“A decisão da Comarca de Una é incabível e arbitrária e criminaliza a situação do povo tupinambá. Ele não foi ouvido no inquérito, que durou apenas quatro dias. Entramos com quatro habeas corpus, dois no estado e dois no Superior Tribunal de Justiça e vamos aguardar”, afirmou.
Segundo ele, Rosivaldo deve ficar em carceragem da Polícia Federal, em Brasília durante a prisão temporária, de 30 dias, ou até que seja concedido habeas corpus.

Postar um comentário

0 Comentários